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Periferia de SP poupa dobro de água do que área nobre

A região do Jaçanã, que inclui bairros como Edu Chaves, Vila Mazzei e Vila Gustavo, caiu 20,4% entre janeiro e junho


	Rua Oscar Freire: a região que inclui os Jardins Paulista, Europa, América, além de Alto de Pinheiros, Lapa e Perdizes, foi a que menos economizou água, apenas 7,4%
 (Wikimedia Commons/Maxpana3)

Rua Oscar Freire: a região que inclui os Jardins Paulista, Europa, América, além de Alto de Pinheiros, Lapa e Perdizes, foi a que menos economizou água, apenas 7,4% (Wikimedia Commons/Maxpana3)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2014 às 10h47.

São Paulo - Comemorada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) em meio à crise hídrica de São Paulo, a redução do consumo de água pela população foi até duas vezes maior em bairros da periferia da capital, como Jaçanã, no extremo da zona norte, do que em áreas nobres da cidade, como nos Jardins, na zona sul.

Segundo balanço divulgado nesta quinta-feira, 28, pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o gasto médio mensal com água por domicílio na região do Jaçanã, que inclui bairros como Edu Chaves, Vila Mazzei e Vila Gustavo, caiu 20,4% entre janeiro e junho, ou 2,93 mil litros, o melhor índice entre 27 regiões atendidas pela empresa.

A área é atendida exclusivamente pelo Sistema Cantareira, que passa pela pior estiagem em oito décadas, e opera desde o mês passado apenas com água do chamado "volume morto" das represas.

Ontem, o manancial estava com 11,4% da capacidade, já considerando o acréscimo da reserva profunda dos reservatórios.

Já a região que compreende os Jardins Paulista, Europa, América, na zona sul da capital, além de Alto de Pinheiros, Lapa e Perdizes, na zona oeste, foi a que menos economizou água na cidade, apenas 7,4%, segundo a Sabesp. A redução foi de 1,44 mil litros por domicílio entre janeiro e junho.

Essa região era integralmente atendida pelo Cantareira, mas no início do ano, por causa da crise do maior manancial paulista, alguns bairros, como Alto de Pinheiros, passaram a receber água do Sistema Guarapiranga, da zona sul da capital. Segundo a Sabesp, em toda a cidade, a economia média por domicílio foi de 2,52 mil litros no primeiro semestre.

Para a empresa, o resultado é fruto do programa de bônus lançado em fevereiro, que dá desconto de 30% na conta para quem reduzir o consumo em ao menos 20%. De acordo com a Sabesp, a economia da população em toda a Grande São Paulo responde por 30% dos cerca de 10 mil litros por segundo que deixaram de ser retirados do Cantareira no período.

Medidas

Para o gerente técnico do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumir (Idec), Carlos Thadeu de Oliveira, a economia pela população pode ser "forçada" por causa de uma outra medida operacional adotada pela Sabesp: a redução da pressão da água à noite. "O balanço mostra que bairros mais afastados e pobres economizaram mais.

São nessas regiões que verificamos mais queixas de falta d’água. Não acredito que os ricos sejam menos sensíveis à crise. Penso que isso deva ser consequência do racionamento que está sendo feito em algumas regiões".

É o caso da assistente de produção Raquel de Morais Amendoeira, de 31 anos, que mora no Limão, zona norte. Ela conta que reduziu o consumo de água e atingiu o bônus porque, desde o carnaval, a água não chega mais em sua residência a partir das 20 horas.

"No meu caso, não tive escolha. Como não tem água quando chego da faculdade, deixei de tomar banho."

Segundo a Sabesp, a redução da pressão da água na rede representa 20% da economia obtida na Grande São Paulo e não significa racionamento. A estatal afirma que só domicílios que não têm caixa d’água como determina a norma técnica podem ficar sem água.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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