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Perícia começa 16 horas após acidente com cinegrafista

O espaço não foi isolado e pessoas desavisadas passavam por cima dos resquícios do acidente

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2014 às 15h08.

Rio - Somente depois de 16 horas e meia de o cinegrafista Santiago Andrade ser atingido na cabeça por um artefato ainda não identificado, agentes da 17ª Delegacia de Polícia (DP), em São Cristóvão, zona norte do Rio, e do esquadrão antibombas da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) fizeram a perícia na calçada da Central do Brasil.

O local fica na frente da sede da Secretaria de Estado de Segurança, do Comando Militar do Leste, da estação de trens Central do Brasil e ao lado de um quartel da Guarda Municipal.

A calçada fica na Avenida Presidente Vargas, uma das principais da cidade, onde a movimentação é intensa durante todo o dia. Ainda assim, o espaço não foi isolado e pessoas desavisadas passavam por cima dos resquícios do acidente.

Mesmo com uma poça de sangue seco e após a colocação de placas numéricas para identificação dos fragmentos, os mais distraídos só se davam conta na base do grito: "Não passa aí, estamos analisando as provas", diziam os policiais.

O delegado responsável pelo caso, Maurício Luciano de Almeida e Silva, solicitou à Rede Bandeirantes as imagens da câmera que Andrade usava no momento que foi atingido.

Silva também pedirá as imagens das câmeras de trânsito da região e de um fotógrafo que registrou a pessoa que levava o artefato de costas. O delegado também quer colher o depoimento da jornalista que estava com Andrade e de outras pessoas que estavam no conflito.

Diversos vídeos na internet mostram o momento em o cinegrafista foi atingido pelas costas por um artefato que estava no chão, perto de uma árvore a cerca de cinco metros de onde Andrade filmava o confronto entre policiais e manifestantes.

O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, pediu que cinegrafistas e fotógrafos enviem as imagens para o delegado Maurício Luciano. O esquadrão antibombas analisará as imagens que mostram a dispersão dos gases, a amplitude do clarão e os fragmentos para definir o tipo de artefato.


Durante a perícia, os policiais recolheram provas técnicas para estabelecer o local exato onde Andrade estava quando foi atingido e definir o trajeto percorrido pelo rojão até atingir o cinegrafista. "Vamos buscar todas as imagens que retratem o ângulo onde o artefato estava e, a partir de então, definir a localização de manifestantes, policiais e mascarados".

As roupas que Andrade usava foram solicitadas para colher fragmentos do material e definir o tipo de artefato utilizado. O delegado Silva ainda vai ouvir pessoas que disseram que estavam no local, como o comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar, em São Cristóvão, na zona norte, jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos. A previsão para conclusão do laudo não foi informada.

Feridos e detidos

Andrade foi atingido na cabeça, entre a orelha esquerda e a câmera. Ele teve afundamento de crânio e um corte na orelha e permanece em estado gravíssimo no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro.

Além do cinegrafista, outras seis pessoas ficaram feridas durante o confronto, mas nenhuma com gravidade. Trinta e duas pessoas foram detidas e liberadas após assinar um termo circunstanciado para responder em liberdade.

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