Movimento Sem Terra: governo do MT disse que é prioridade elucidar por completo a chacina (Marcelo Camargo/ABr/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de abril de 2017 às 09h26.
São Paulo - A Polícia Civil em Mato Grosso informou que as nove vítimas da chacina em um assentamento em Taquaruçu do Norte, em Colniza, a 1.062 km da capital Cuiabá, foram torturadas.
Corpos foram amarrados e um deles teve uma orelha cortada. O grupo foi assassinado com golpes de facão e tiros de arma calibre 12.
Segundo os investigadores, quatro homens são suspeitos de terem executado os sem-terra. Laudo dos policiais identificou as nove vítimas: Fábio Rodrigues dos Santos; Izaul Brito dos Santos; Ezequias Santos de Oliveira; Samuel Antônio da Cunha; Francisco Chaves da Silva; Valmir Rangeú do Nascimento; Aldo Aparecido Carlini; Sebastião Ferreira de Souza e Edson Alves Antunes.
Técnicos da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) realizaram exames de necropsia anteontem e confirmaram que, das vítimas, sete são de Rondônia, uma de Mato Grosso e outra de Alagoas. O mais novo do grupo tinha 28 anos e, o mais velho, 58. Todos eles já foram enterrados.
Em nota, a Prelazia de São Félix do Araguaia lamentou a chacina e alertou para risco de novos crimes. Segundo o texto, "as famílias de agricultores da Gleba Taquaruçu vêm sofrendo violência desde o ano de 2004".
De acordo com o bispo emérito da prelazia, dom Pedro Casaldáliga, reconhecido internacionalmente por sua luta em defesa dos direitos humanos, o município já foi considerado o mais violento do País.
Segundo a prelazia, na região existem outros conflitos de extrema gravidade, como o da Fazenda Magali, desde 2000, e o conflito na Gleba Terra Roxa, desde 2004.
Governo
O secretário estadual de Segurança de Mato Grosso, Roger Elizandro Jarbas, disse que é prioridade elucidar por completo a chacina.
"Estamos com todas as forças de segurança na região, inclusive o helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) auxilia nos serviços de buscas e de investigações", disse.
As equipes especializadas das Polícias Militar e Civil trabalham conjuntamente, afirmou Jarbas. Segundo ele, hoje mais policiais serão enviados à região para ajudar nas investigações.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.