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"Pergunta se ele abre mão do 13º dele primeiro", diz Haddad sobre Mourão

Petista criticou as recentes declarações de Hamilton Mourão (PRTB), vice de Bolsonaro, que chamou o 13º salário de "jabuticaba brasileira"

Haddad: "Esses caras estão com a cabeça no século XIX. Abolimos a escravidão e eles não acordaram para isso ainda." (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Haddad: "Esses caras estão com a cabeça no século XIX. Abolimos a escravidão e eles não acordaram para isso ainda." (Patricia Monteiro/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de setembro de 2018 às 08h12.

Porto Alegre - O candidato do PT à Presidência nas eleições 2018, Fernando Haddad, criticou as recentes declarações de Hamilton Mourão (PRTB), vice de Jair Bolsonaro (PSL), que chamou o 13º salário de "jabuticaba brasileira". "Vai perguntar para ele se ele abre a mão do (13º salário) dele", disse Haddad em comício na capital gaúcha, na noite desta quinta-feira, 27.

"Esses caras estão com a cabeça no século XIX. Abolimos a escravidão e eles não acordaram para isso ainda. Abolimos a escravidão formalmente e queremos abolir materialmente. Não queremos mais fome, crianças fora da escola e postos de saúde sem remédio", disse o petista para milhares de pessoas reunidas no Largo Glênio Peres, em Porto Alegre.

O petista também criticou Bolsonaro e o tucano Geraldo Alckmin por apoio à reforma trabalhista aprovada em 2017. "O governo de Temer abriu a porteira para a retirada de direitos dos trabalhadores. Isso o Alckmin defende, Bolsonaro defende, vários candidatos defendem", disse o petista ao ser questionado por jornalistas depois de ato na cidade de Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, na tarde desta quinta-feira.

O candidato participou de comício na Praça da Bandeira, centro de Canoas. No local, ele discursou de um carro de som para centenas de apoiadores, e esteve acompanhado de sua vice, Manuela D'Ávila (PCdoB), do candidato ao governo gaúcho Miguel Rossetto (PT) e de outras lideranças do partido no Estado. Em seu discurso, Haddad voltou a criticar Jair Bolsonaro. "Tem gente que quer arma numa mão e um relho na outra. Nós queremos giz e livro", disse o petista comparando as duas candidaturas.

Haddad também afirmou que "não foi com ditadura que o mundo se desenvolveu".

Bastante aplaudido, o candidato, em segundo lugar nas pesquisas, disse estar confiante que terminará na frente. "Se nós, com quinze dias de campanha estamos em segundo lugar, encostados no primeiro, com mais quinze a gente passa", disse.

Em Porto Alegre, Haddad critica "mercado"

Haddad criticou os "pedidos por aceno ao mercado". "Começaram a falar que eu tinha que fazer um aceno ao mercado. Eu resolvi vir aqui, olhar para esse mercado bonito que vocês têm aqui", disse o candidato referindo-se ao Mercado Público de Porto Alegre, que fica ao lado do local do comício. O petista, contudo, emendou com uma crítica. "O mercado virou uma entidade abstrata, que aterroriza o povo, aterroriza as pessoas e aterroriza os trabalhadores", disse.

O candidato foi a Porto Alegre de Trensurb - trem urbano federal que alimenta a região metropolitana da capital gaúcha. Ele partiu da estação de Canoas do fim da tarde e desceu próximo ao Largo Glênio Peres. Ao chegar na capital, o petista visitou o Mercado Público, onde acenou para lojistas e recebeu apoio de religiosos de fé de matriz africana, depois foi para o comício.

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