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Perfil dos internados por covid em SP muda: mais jovens e maior tempo na UTI

A ocupação de UTIs para covid no estado está em 73,2%, ante 67 9% uma semana atrás. E, na Grande São Paulo, o salto foi maior: 74,3%, quando há sete dias era de 67,8%

 (Silvio AVILA/AFP)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de março de 2021 às 19h12.

O aumento de internações entre jovens no Estado São Paulo tem preocupado o Centro de Contingência da Covid-19, ligado à gestão João Doria (PSDB). Segundo o governo, tem crescido o número de pacientes entre 30 e 50 anos, sem doença prévia. Em todas as faixas etárias, foram cem novas internações diárias na última semana e a ocupação de leitos para UTI saltou 5,3% no todo o Estado. As autoridades dizem analisar alternativas de restrição.

O governo detectou que o perfil dos internados mudou em relação ao pico anterior da pandemia, em julho. "O aspecto clínico dos pacientes é diferente daquele que víamos na 1ª onda. Antes eram idosos e portadores de doenças crônicas, o que chamamos de comorbidade. Hoje é de 60% mais jovens, na faixa de 30 a 50 anos sem doença prévia. E o tempo que estão ficando na UTI é maior. Tínhamos antes média de 7 a 10 dias de internação, agora está em 14 a 17 dias de internação no mínimo em UTI", diz o secretário de secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn.

"Ou seja, são pacientes mais jovens e que permanecem por período mais prolongado nas unidades de internação. Muitas vezes está com oxigenação baixa, mas sem que o indivíduo sinta. Aí se comprova o quanto já existe de comprometimento dos pulmões", explica Gorinchteyn. "Acham que só vão perder o paladar e o olfato, mas acabam perdendo a vida."

A ocupação de UTIs para covid no Estado está em 73,2%, ante 67 9% uma semana atrás. E, na Grande São Paulo, o salto foi maior: 74,3%, quando há sete dias era de 67,8%. "Também estamos com 7.173 internações, quando na segunda-feira passada tínhamos 6.410", diz.

Com aumento de 9,7% de casos em uma semana e de 18,3% nas internações, seja em UTI ou em enfermaria, o secretário prometeu na quarta-feira anunciar medidas para expansão de leitos no Estado. "Recalibramos o Plano São Paulo, aumentamos as fiscalizações, e estamos redirecionando leitos para todo o Estado", afirmou, citando ainda os hospitais de campanha em Jaú, Araraquara, Bauru, Bebedouro e em Heliópolis, na zona sul de São Paulo.

Apesar de não entrar em detalhes sobre as novas medidas, ele afirmou que os hospitais de campanha podem ocorrer dentro de estruturas já existentes, como em outros hospitais, e vê no momento a necessidade de mais leitos de UTI do que de enfermaria diante dessa mudança de perfil dos contaminados e também pelo crescimento da nova variante da covid-19, identificada originalmente em Manaus, mais transmissível e mais infecciosa.

O governo também voltou a cobrar ajuda da população. "Não adianta abrir mais leitos, precisamos da ajuda da população. Temos limitação de espaço e fundamentalmente de recursos humanos. A população precisa mudar o comportamento", avisa Jean Gorinchteyn, secretário da Saúde de São Paulo. "Estamos tendo uma ocupação crescente especialmente em Unidades de Terapia Intensiva."

Pandemia caminha para maiores restrições, diz coordenador do centro

Segundo Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência da Covid-19, do jeito que está, a pandemia caminha para um período de maiores restrições de circulação. "Acredito que vai ser no sentido de maior restrição para a maior parte do Estado e possibilidade de ter classificação mais restritiva que a fase vermelha. A questão principal nesse momento é a população seguir as recomendações", comentou.

Nesta segunda-feira, o Estado alcançou a marca de 2.044.699 casos, sendo 3.071 registrados nas últimas 24 horas, e chegou a 59.546 mortes, sendo 53 óbitos registrados nas últimas 24 horas. São Paulo tem ainda 1.830.423 recuperados e a vacinação já chegou a 2.414.037 pessoas.

Doria afirma que receberá insumos para mais 14 milhões de doses da Coronavac

O governador João Doria anunciou que São Paulo vai receber na próxima semana mais 8 mil litros de insumos do laboratório Sinovac. Com isso, poderá produzir mais 14 milhões de doses da Coronavac. "A única solução definitiva para o Brasil sair dessa gravíssima crise de covid-19 é a vacina", disse.

Neste mês, o Estado vai entregar mais 21 milhões de doses da vacina ao Ministério da Saúde, 17% a mais do que o previsto. "Estamos aumentando o tempo de trabalho no Instituto Butantan, que está funcionando 24 horas por dia, sete dias por semana. Até o final de abril estaremos entregando 46 milhões de doses da vacina e até 30 de agosto outras 54 milhões de doses", avisou, reforçando que nesta quarta vai entregar mais 900 mil doses ao Ministério da Saúde, que serão distribuídas para todos os Estados brasileiros.

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