Peregrinos esperam Papa Francisco em Copacabana: solicitações foram feitas por jovens de países como Paquistão, Serra Leoa e República Democrática do Congo (REUTERS/Ricardo Moraes)
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2013 às 14h38.
Rio de Janeiro - Pelo menos 45 peregrinos de todo mundo que participaram em julho de um encontro com o papa no Rio de Janeiro pediram refúgio ao Brasil por se sentirem perseguidos em seus países, informou nesta quinta-feira o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur).
As solicitações foram feitas por jovens procedentes de países como o Paquistão, Serra Leoa e República Democrática do Congo que alegam sofrer perseguições em seus países de origem por professar a religião católica ou outro tipo de ameaças.
A Arquidiocese do Rio de Janeiro recebeu cerca de 40 solicitações para intermediar os processos de refúgio e a Arquidiocese de São Paulo outras 5, segundo um comunicado divulgado hoje pela Acnur no Rio de Janeiro.
Os solicitantes disseram ter viajado ao Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude, o evento de uma semana que o papa Francisco encerrou em 28 de julho com uma missa para um pouco mais de três milhões de católicos em Copacabana.
Segundo cálculos do Ministério do Turismo do Brasil, as atividades com o pontífice no Rio de Janeiro atraíram cerca de 800 mil peregrinos de todo o mundo.
De acordo com a Acnur, assim como todas as pessoas que solicitam refúgio no Brasil, os pedidos dos peregrinos serão analisados inicialmente pelo Comitê Nacional de Refugiados (Conare), uma entidade coordenada pelo Ministério da Justiça.
Dos peregrinos que solicitaram refúgio no Rio de Janeiro, pelo menos 12 disseram sofrer perseguições religiosas diretas.
"Meu pai foi assassinado por ser cristão e sempre disse para minha mãe que o mesmo poderia acontecer com a toda a família. A Jornada Mundial da Juventude me deu a oportunidade de solicitar um visto para sair do país", afirmou Peter Atuma, um católico de 24 anos procedente de Serra Leoa, em declarações citadas no comunicado.
Segundo a Acnur, os solicitantes de refúgio estão sendo assistidos, hospedados e alimentados provisoriamente por voluntários da Igreja Católica e por autoridades municipais.
A concessão do refúgio permitirá que esses peregrinos recebam uma ajuda financeira mensal e que realizem cursos de português e de capacitação profissional gratuitamente.