(AFP/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 07h32.
Última atualização em 8 de fevereiro de 2024 às 07h41.
Em sua primeira passagem por Minas Gerais desde que assumiu a presidência da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá uma reunião com o governador Romeu Zema (Novo). Na pauta, estarão o acordo de Mariana, a duplicação da BR-381, uma nova licitação das BRs 040 e 262, além da renegociação da dívida do estado.
Lula desembarcou em Belo Horizonte na quarta-feira, 7, depois de passar por São Paulo e Rio de Janeiro. Com isso, o petista fechará o mês de fevereiro passando pelos três maiores colégios eleitorais do país e dividindo agendas com governadores bolsonaristas.
Na semana passada, durante um evento na capital paulista, Lula trocou acenos com Tarcísio e disse que São Paulo “terá tudo o que for necessário”. O governador retribuiu, dizendo-se um “privilegiado”. No Rio, Castro afirmou que Lula é "sempre bem-vindo" no estado e em retribuição, ouviu do petista que o governo federal fará investimentos na região.
Em Minas Gerais, Lula deve ouvir de Zema um pedido de ajuda para sensibilizar os empresários e viabilizar a repactuação do acordo da tragédia de Mariana. O encontro ainda não tem data confirmada.
O novo acordo quase foi fechado no final do governo Bolsonaro, e teria um valor de R$ 100 bilhões. A repactuação foi travada no início do governo Lula para revisão e agora encontra resistência entre os empresários, segundo interlocutores de Zema.
O governador vai tentar ainda agilizar o debate sobre a solução para as dívidas bilionárias do estado com a União e vai pedir a redução dos juros cobrados, ainda de acordo com interlocutores. Hoje, a correção é calculada com base na inflação mais 4%. O estado quer que seja feito apenas pela inflação.
No ano passado, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentou uma proposta alternativa ao Plano de Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que incluiu repassar ativos do estado para a União como forma de equacionar a dívida de cerca de R$ 160 bilhões.
Após o movimento de Pacheco, Zema afirmou que o presidente do Senado teria "ficado na falação". Em resposta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alegou que um terço das dívidas do estado foi contraída na gestão Zema e alfinetou o governador dizendo que ele tinha "um aliado no Planalto", em referência a Bolsonaro, e ainda assim não solucionou os problemas.
Sobre a duplicação da BR 381, conhecida como "rodovia da morte", que liga Minas Gerais com Espírito Santo, o governador quer pedir uma previsão e um plano de investimento. Já as BRs 040 e 262 o governo estadual quer tentar agilizar e viabilizar novas licitações dos lotes. As duas obras estão no PAC.