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Taques reúne insatisfeitos e enfrentará Calheiros no Senado

Taques obteve o apoio de Jarbas Vasconcellos, do PMDB, e convenceu Randolfe Rodrigues, do PSOL, a desistir de candidatar-se


	Renan Calheiros, do PMDB, é o favorito para a eleição da presidência do Senado
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Renan Calheiros, do PMDB, é o favorito para a eleição da presidência do Senado (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2013 às 11h36.

Brasília - Após intensas negociações, o senador Pedro Taques (PDT-MT) conseguiu o apoio dos demais colegas incomodados com a candidatura favorita de Renan Calheiros (PMDB-AL) à presidência do Senado e disputará a eleição de sexta-feira contra o peemedebista.

No entanto, o pedetista, senador pela primeira vez, dificilmente conseguirá apoio suficiente até sexta-feira para fazer frente a Renan. O objetivo do grupo que o apoia é, ao menos, marcar uma posição política e demonstrar que nem todos os parlamentares estão satisfeitos com a volta de Renan ao comando da Casa.

Renan presidiu o Senado até 2007, quando uma série de denúncias o obrigou a renunciar ao cargo num acordo que evitou a possível cassação de seu mandato. À época, o peemedebista era acusado de ter despesas pessoais custeadas por uma empreiteira.

Nesta quinta-feira, Taques conseguiu convencer o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) a desistir da candidatura em seu favor, atraiu o apoio do senador Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE), que é contra o apoio a Renan, e conquistou o apoio da bancada do PSDB.

Os tucanos se reuniram nesta quinta-feira e, depois de um longo debate sobre a conveniência de apoiar Renan ou lançar um candidato próprio na disputa, decidiram apoiar o pedetista, apostando que, com isso, poderiam causar um racha na ala governista da Casa, que deve eleger o peemedebista com folga.

"Nos parece nesse momento aquela (candidatura) que melhor atende a necessidade de renovação da Casa, de renovação dos seus métodos, de independência e de transparência de suas ações", disse o senador Aécio Neves (MG) ao comunicar a decisão do PSDB.

"O número de votos é de somenos importância, o que é mais importante é que nós possamos mostrar que no Senado existe vida que não está atrelada ao passado", disse Taques a jornalistas ao sair da reunião com o PSDB.


INTERVENÇÃO DO PSB

As negociações em torno da candidatura de Taques quase tiveram outro rumo depois de uma intervenção do presidente do PSB, Eduardo Campos, que desde o início da semana vinha articulando uma alternativa ao nome de Renan.

Primeiro, Campos, que também é governador de Pernambuco, tentou construir dentro do PMDB uma alternativa à indicação de Renan, disseram à Reuters duas fontes do PSB sob condição de anonimato.

Nessa primeira estratégia, Campos tentou estimular o novo líder da bancada peemedebista no Senado, Eunício Oliveira (CE), a disputar contra Renan dentro do partido.

Percebendo que não teria êxito, conversou com os quatro senadores do PSB sobre a inconveniência de apoiar Renan. Na quarta-feira, os senadores socialistas emitiram uma nota pedindo que o PMDB indicasse outro senador para disputar o Senado, caso contrário não apoiariam os peemedebistas.

Nesta quinta-feira, em nova investida, Campos tentou convencer Taques e os insatisfeitos com Renan a apoiar o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE). Um dos socialistas disse à Reuters que o governador argumentou que o senador do PSB tinha mais chances de agregar votos que Taques.

A articulação, porém, não deu certo e Taques conseguiu o apoio da bancada do PSB à sua candidatura.

A intervenção de Campos na disputa no Senado foi interpretada por peemedebistas como uma estratégia para marcar uma posição política, que poderia ser usada mais à frente caso ele decida concorrer à Presidência em 2014.

O nome de Campos para disputar o Planalto começou a ganhar força no fim do ano passado, depois que o PSB teve um expressivo crescimento eleitoral chegando ao comando de mais de 400 prefeituras, entre elas cinco capitais.

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