O presidente do BNDES, Luciano Coutinho: sub-relator argumenta que Coutinho teria cometido crimes ao aprovar financiamento a uma das empresas do pecuarista José Carlos Bumlai (Elza Fiúza/Abr)
Da Redação
Publicado em 29 de janeiro de 2016 às 22h40.
Brasília - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), divulgou nota nesta sexta-feira, 29, declarando que "não há qualquer consistência" no pedido de indiciamento do presidente da instituição, Luciano Coutinho, feito pelo sub-relator da CPI do BNDES na Câmara, deputado Alexandre Baldy (PSDB-GO).
"O relatório não apresenta elementos para comprovar suas ilações e requenta tese de reportagem do jornal 'Folha de S. Paulo' publicada em 1 de novembro de 2015. O próprio presidente do Banco, Luciano Coutinho, apontou o erro do jornal em artigo publicado pela 'Folha' em 29 de novembro", diz a nota.
Baldy protocolou nesta sexta-feira o relatório e, no pedido, argumenta que Coutinho teria cometido crimes ao aprovar financiamento a uma das empresas do pecuarista José Carlos Bumlai, desrespeitando norma interna do BNDES, que proíbe o banco de conceder crédito a empresas que já tiveram pedido de falência solicitado. Bumlai é amigo do ex-presidente Lula e está preso desde dezembro pela Operação Lava Jato.
"O BNDES considera que não há qualquer consistência no pedido de indiciamento de seu presidente e diretores feito no sub-relatório do deputado Alexandre Baldy.
Nas operações com o Grupo São Fernando, o BNDES seguiu rigorosamente as suas práticas usuais para concessão de crédito, sem qualquer excepcionalidade e em estrito cumprimento de todos os seus normativos. Todas as operações foram feitas com garantias adequadas e sem qualquer interferência política. O Banco está tomando as medidas legais disponíveis para reaver os recursos emprestados à empresa, tendo solicitado, inclusive, sua falência", diz o comunicado do banco.
Para que sejam votados pela CPI, os pedidos de indiciamentos feitos pelo sub-relator devem ser acolhidos pelo relator-geral do colegiado, deputado José Rocha (PR-BA), no relatório geral final que deve ser votado em fevereiro. Caso os pedidos sejam incluídos no relatório final e o documento seja aprovado pela CPI, eles serão encaminhados ao Ministério Público Federal. O órgão, então, analisará o relatório para decidir se denuncia ou não os envolvidos à Justiça, a quem caberá julgá-los.