Brasil

PEC de desindexação do Orçamento pode chegar ao Senado em abril, diz líder

O senador Fernando Bezerra afirmou que há expectativa de que o ministro vá ao Senado ainda esta semana para debater reformas e falar sobre essa iniciativa

Senado: na avaliação do líder, a tramitação conjunta das duas PECs não vai atrapalhar a Previdência (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Senado: na avaliação do líder, a tramitação conjunta das duas PECs não vai atrapalhar a Previdência (Antonio Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de março de 2019 às 15h39.

Brasília — A proposta de desvinculação e desindexação do Orçamento pode chegar ao Senado no início de abril, disse ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE). Segundo ele, a medida tem o apoio e simpatia de governadores e prefeitos que têm conversado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o tema.

Segundo Bezerra, o ambiente para a apresentação da proposta ainda está sendo construído, e há a expectativa de que o ministro vá ao Senado ainda esta semana para debater reformas e falar sobre essa iniciativa. Depois, a intenção é realizar reuniões com governadores e prefeitos, um rito que deve ser cumprido ao longo do mês de março.

Na avaliação do líder, a tramitação conjunta das duas PECs não vai atrapalhar a Previdência, pelo contrário. "Vai ajudar na aprovação, vai criar mais apoio", disse.

A medida, que antes havia sido posta como uma espécie de "plano B" à reforma da Previdência, foi defendida por Guedes em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Na conversa, o ministro revelou que a proposta de desvinculação, desindexação e descentralização do Orçamento será enviada logo e começará a tramitar pelo Senado, para não tirar as atenções da Câmara dos Deputados em relação à reforma da Previdência.

A ideia de Guedes é dar aos políticos poder para definir "100% do Orçamento", e não só uma fatia pequena como é hoje, que inclui as emendas. Lideranças aliadas, porém, veem a medida como uma "ilusão", e alguns economistas alertam sobre a dificuldade de dispor livremente sobre recursos hoje alocados em Previdência e salários de servidores - o que juntos somam quase R$ 1 trilhão.

Bezerra afirmou, porém, que a ideia é tirar as amarras que hoje obrigam a administração pública a aplicar recursos em áreas em detrimento de outras mais prioritárias. Segundo ele, há governadores que acabam tendo de gastar em educação para cumprir o mínimo, mas a prioridade seria saúde. "Eles terão condição de definir suas prioridades", disse.

Para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) começar pelo Senado, ela terá de ser apresentada por um parlamentar da própria Casa, com o apoio de 1/3 dos senadores. Quando é o Executivo que propõe, o texto obrigatoriamente passa primeiro pela Câmara - como ocorrerá com a reforma da Previdência.

Segundo o líder do governo no Senado, ainda não está definido quem será o parlamentar que vai apresentar o texto, mas reconheceu que ele próprio poderá exercer esse papel.

Na questão da descentralização de recursos para Estados e municípios, Bezerra disse que há um "cardápio de alternativas" que está sendo analisado pelo governo para aumentar a repartição e o volume de transferências. Os recursos do leilão da cessão onerosa também poderiam ser divididos, mas dependem da realização do certame, observou.

Acompanhe tudo sobre:Orçamento federalPaulo GuedesSenado

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP