Repórter
Publicado em 30 de outubro de 2025 às 17h52.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou nesta quinta-feira, 30, que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre a Segurança, que pretende reformular o papel da União nesse setor, deve ser votada no início de dezembro pela comissão especial responsável pela análise do texto.
O deputado Mendonça Filho (União-PE), relator da PEC, afirmou que apresentará seu parecer no dia 4 de dezembro. A expectativa é que a proposta seja colocada em votação na semana seguinte, em 11 de dezembro.
O presidente da Câmara garantiu que o processo no plenário será célere, com a votação da PEC ocorrendo logo após sua aprovação na comissão.
Após a operação policial mais letal da história recente do Rio de Janeiro, que resultou em mais de 100 mortes, o governo federal tem pressionado a Câmara para acelerar a votação da PEC da Segurança.
Na versão mais recente do relatório, apresentada por Mendonça em setembro, a proposta inclui medidas para combater o avanço do crime organizado, como a limitação da progressão de regime para líderes de facções, a prisão em segunda instância antes do trânsito em julgado e a adoção do anonimato para juízes envolvidos em processos contra organizações criminosas.
Mas, a proposta enfrenta resistência por parte de governadores e da oposição, que temem que a PEC amplie o poder do governo federal, afetando competências estaduais.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, anunciou nesta quarta-feira, 29 de outubro, que fechou parceria com o governo federal para combater o crime organizado, após a megaoperação das polícias Civil e Militar contra o Comando Vermelho nesta terça-feira.
A ação foi informada pelo governador em coletiva de imprensa no Palácio Guanabara, ao lado do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que está no Rio para acompanhar a situação.
Segundo Cláudio Castro, ambos chegaram a um acordo para a instalação de um escritório focado no combate e monitoramento de facções criminosas.
“Tivemos um diálogo importante. Se o problema é nacional, o Rio de Janeiro é um dos principais focos. Daqui saiu uma proposta concreta: a criação de um Escritório Emergencial de Enfrentamento ao Crime Organizado”, disse Castro.
De acordo com o governador, o novo escritório será coordenado por representantes do governo do estado e do governo federal. “A ideia é que nossas ações sejam 100% integradas a partir de agora, inclusive para vencermos possíveis burocracias. Vamos integrar inteligências, respeitar as competências de cada órgão, mas pensando em derrubar barreiras para, de fato, fazer segurança pública”, completou.
O número de mortos na megaoperação contra o Comando Vermelho (CV), no Rio de Janeiro, chegou a 121, segundo anúncio do governo estadual nesta quarta-feira, 29, um dia após a operação mais mortal já realizada no Rio.
A atualização do total de mortos foi fornecida pelo delegado Felipe Curi, atual secretário estadual da Polícia Civil. Ele explicou que o saldo de mortos na operação foi de 4 policiais e 117 suspeitos.
A ação também resultou na apreensão de 118 armas — incluindo 91 fuzis, 26 pistolas e um revólver — além de 14 explosivos, milhares de munições e toneladas de entorpecentes.
(Com informações de O Globo)