Brasil

PDT elege diretório e espera trocar ministro do Trabalho

A tendência é que o partido apoie Carlos Lupi para a presidência da legenda


	A vitória iminente do grupo de Lupi deverá esvaziar ainda mais o ministro do Trabalho, Brizola Neto
 (Elza fiúza/ABr)

A vitória iminente do grupo de Lupi deverá esvaziar ainda mais o ministro do Trabalho, Brizola Neto (Elza fiúza/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 13h54.

Brasília - Na expectativa de indicar um novo ministro para a pasta do Trabalho, o comando atual do PDT organiza a convenção nacional do partido no próximo dia 22 para a eleição do novo diretório com a tendência de reconduzir Carlos Lupi à presidência da legenda.

A vitória iminente do grupo de Lupi deverá esvaziar ainda mais o ministro do Trabalho, Brizola Neto. Além das críticas à condução da pasta pelo ministro, há insatisfação no PDT pela forma como Brizola Neto chegou ao cargo.

Ele é considerado uma escolha pessoal da presidente Dilma Rousseff e não um representante do partido no primeiro escalão do governo.

As declarações recentes de Brizola Neto contra a criação de sindicatos azedou ainda mais a relação com o partido. "Que precisa haver reforma no sindicalismo, todos nós sabemos, mas ele foi vazio nas posições.

As dificuldades hoje do Ministério do Trabalho vão além do sindicalismo. A inspeção do trabalho está desprestigiada, houve esvaziamento na área de qualificação profissional e o ministério precisa ser revigorado", afirmou o líder do partido na Câmara e primeiro vice-presidente do partido, André Figueiredo (CE).

No início de fevereiro, Lupi esteve com a presidente Dilma Rousseff em uma primeira conversa. "Após a convenção nacional, esperamos uma segunda e conclusiva conversa com a presidente Dilma, não só para falar do ministério, mas sobre as relações do partido com o governo", afirmou o secretário de Relações Internacionais do PDT, deputado Vieira da Cunha.

A bancada acredita que, após a disputa interna e a eleição do diretório, o comando do PDT estará legitimado a dar continuidade à conversa com a presidente.


Na reunião preparatória para a convenção do partido, na segunda-feira (04), a cúpula do partido considerou não haver apoio automático à reeleição da presidente Dilma em 2014. "É prematura essa discussão. A tese que prevalece é que somos da base, e 2014 se discutirá em 2014", afirmou, nesta terça-feira, André Figueiredo. "Em 2013, queremos contribuir com o governo com ideias", continuou o líder, lembrando que o PDT foi o primeiro partido a manifestar apoio à candidatura da presidente Dilma, em 2010, mesmo antes do PT.

"O partido não tem alinhamento automático com a reeleição", disse Vieira da Cunha. Ele argumentou que a primeira hipótese que deve ser examinada pelo partido, em 2014, é uma candidatura própria, como aconteceu anteriormente, quando a legenda concorreu com o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e com o ex-governador Leonel Brizola, morto em 2004.

Para Vieira da Cunha, a segunda alternativa é o apoio à presidente Dilma, embora considere que a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), deva ser analisada.

"Será uma nova eleição e o novo quadro político terá de ser examinado. A alternativa de Eduardo Campos é concreta e temos obrigação de examiná-la. Nós temos relações próximas com o PSB, somos partidos do mesmo campo e temos identidade ideológica. Nós vamos examinar essa hipótese oportunamente. O partido vai amadurecer esse debate interno e tomar a decisão no ano que vem", completou Vieira da Cunha.

O encontro do deputado e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), com Eduardo Campos, na segunda-feira (04), em Pernambuco, foi entendido pelo partido como uma atividade do líder sindical. "O Paulinho é um deputado que tem conduta própria. É uma liderança sindical, mas não foi dialogar em nome do PDT.

Ele é o nosso indicado para tratar sobre a medida provisória dos portos, a MP 595. Delegamos essa função a ele. Mas nada sobre sucessão presidencial. É muito prematuro", disse André Figueiredo.

Acompanhe tudo sobre:Governo DilmaMinistério do TrabalhoPartidos políticosPDTPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP