Pazuello ressaltou ser "pífia" a quantidade disponível no mercado dos imunizantes produzidos fora do Brasil (Aurélio Pereira/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de janeiro de 2021 às 12h23.
Última atualização em 11 de janeiro de 2021 às 12h53.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reforçou nesta segunda-feira (11) que o ministério tem "todo o interesse" para que se conclua a análise do pedido de uso emergencial da vacina Coronavac contra o novo coronavírus. Segundo o ministro, a principal dificuldade encontrada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a certificação de uso emergencial das doses importadas da Coronavac - vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac - está na falta, no país de origem, de certificação do uso pelas autoridades sanitárias chinesas.
Pazuello garantiu que as conversas entre o ministério e o Instituto Butantan são estritamente "técnicas" e disse que não entra no "outro assunto", da disputa política entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o presidente Jair Bolsonaro. O ministro reforçou que todas as doses produzidas pelo instituto irão para o Ministério da Saúde.
O ministro afirmou, durante apresentação do Plano Estratégico de Enfrentamento à Covid-19 no Amazonas, que a agência reguladora tem tido dificuldades em receber do Butantan toda a documentação pronta. Na última semana, a Anvisa cobrou do instituto informações complementares para a liberação do uso do imunizante. Segundo disse o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), nesta manhã em entrevista à rádio CNN, as informações foram repassadas pelo Butantan durante o fim de semana.
Sobre a aquisição de outras vacinas, o ministro disse que pretende comprar o imunizante da Johnson & Johnson e afirmou estar negociando a compra de doses da vacina russa Sputnik e de doses da AstraZeneca produzidas na Índia. Contudo, o ministro ressaltou ser "pífia" a quantidade disponível no mercado dos imunizantes produzidos fora do Brasil.
Pazuello evitou cravar uma data de início para a vacinação contra a covid-19 no País. Segundo o ministro, que tem sido cobrado por governadores e prefeitos do País para a definição de um calendário, a imunização no País irá começar "no dia D e hora H".
Neste fim de semana, governadores do País manifestaram urgência para a definição de uma calendário de vacinação contra a covid-19. O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), e coordenador da articulação do Fórum Nacional dos Governadores sobre a Covid-19 disse ao Estadão/Broadcast estar "esperançoso" de que o País terá uma agenda para iniciar "a vacinação nas 27 Unidades da Federação, dependendo da liberação da Anvisa, de 22 a 27 de janeiro".
Os chefes dos Executivos estaduais têm uma reunião prevista com Pazuello para esta terça-feira (12).
O ministro afirmou também que a pasta analisa reduzir o número de doses aplicadas e ampliar o espaçamento entre a primeira e segunda doses necessárias a fim de garantir a redução da transmissão do novo coronavírus, a despeito da imunidade completa. Segundo Pazuello, a redução de eficácia da vacina desenvolvida pela AstraZeneca e Universidade de Oxford em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) seria de 90% para 71%