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Pazuello orienta prefeitos a não reterem vacinas para aplicação da 2ª dose

A nova orientação passaria a valer a partir do dia 23 deste mês, quando o governo federal espera receber mais 4,7 milhões de vacinas

Pazuello: Atualmente, a média de imunizações diárias é cerca de 200 mil pessoas (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Pazuello: Atualmente, a média de imunizações diárias é cerca de 200 mil pessoas (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de fevereiro de 2021 às 11h46.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2021 às 14h52.

Pressionado pelo ritmo lento de vacinação para covid-19, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse a prefeitos nesta sexta-feira, 19, que não será mais preciso reter metade dos lotes disponíveis até a aplicação da segunda dose do imunizante. A nova orientação passaria a valer a partir do dia 23 deste mês, quando o governo federal espera receber mais 4,7 milhões de vacinas.

A mudança não significa que a segunda dose deixará de ser aplicada. No começo da campanha, o ministério pediu para que metade das doses fossem retidas pelo risco de não haver reposição dos estoques a tempo da segunda dose. Pazuello disse aos prefeitos que há segurança agora para usar todos o estoque para a primeira dose e receber novas vacinas dentro do prazo para a segunda aplicação.

O ministro também prometeu antecipar a vacinação de professores. Pazuello está reunido com representantes da Frente Nacional dos Prefeitos. Na terça-feira, 16, a entidade se posicionou sobre a escassez de vacinas no País. Cidades como Rio de Janeiro, Salvador e Florianópolis já anunciaram ter parado ou reduzido o ritmo da campanha de vacinação. "Agora, o problema da escassez quem tem de resolver é o Ministério da Saúde", disse a entidade em nota.

A FNP anunciou pelo Twitter a nova estratégia de vacinação: "Agora, a partir do dia 23, com a chegada de 4,7 milhões de novas vacinas, a imunização será em 4,7 milhões de brasileiros, não a metade, como estava acontecendo até então. A justificativa é que a pasta tem garantia de produção das doses."

O número de pessoas vacinadas contra a covid-19 no Brasil chegou na quinta-feira, 18, a 5.614.633, de acordo com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de saúde. 25 Estados informaram dados atualizados e 211.720 pessoas receberam a primeira dose nas 24 horas anteriores.

 

Pazuello está sob forte pressão pelo ritmo lento na vacinação contra a covid-19. Além disso, o general da ativa é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta omissão para evitar o colapso de saúde no Amazonas.

Cobrado por um cronograma de entrega de vacinas, Pazuello disse a governadores na quarta-feira, 17, que toda a população "vacinável" (menores de 18 anos, por exemplo, não estão recebendo as doses) será imunizada neste ano. Ele ainda prometeu a entrega de cerca de 455 milhões de doses de vacinas em 2021, mas considerou a vinda de imunizantes que ainda nem sequer entregaram todos os dados de segurança e eficácia à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como a Covaxin e a Sputnik V.

O ministro também ignorou atraso na entrega de insumos farmacêuticos para o envase ou fabricação de vacinas no Instituto Butantan e Fiocruz.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, no ritmo em que a vacinação contra a covid-19 é conduzida no Brasil, o País levaria mais de quatro anos para ter toda a sua população imunizada.

O cálculo é do microbiologista da Universidade de São Paulo (USP) Luiz Gustavo de Almeida. Ele lembrou que, durante a campanha de vacinação contra a gripe em março do ano passado, já em plena pandemia do novo coronavírus, os brasileiros vacinavam até um milhão de pessoas por dia.

Atualmente, a média de imunizações diárias é de um quinto disso, cerca de 200 mil pessoas.

 

 

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