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Pazuello continua depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira

Ex-ministro foi acusado de mentir nesta quarta-feira, após declarações controversas sobre recomendação de uso de cloroquina e crise de oxigênio em Manaus

Ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello presta depoimento à CPI da Covid
 (Jefferson Rudy/Agência Senado)

Ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello presta depoimento à CPI da Covid (Jefferson Rudy/Agência Senado)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 20 de maio de 2021 às 06h00.

Última atualização em 24 de maio de 2021 às 10h58.

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O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello voltará ao Senado nesta quinta-feira, 20, para continuar o depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. O general foi ouvido por cerca de sete horas nesta quarta-feira, 19, até que a oitiva foi suspensa pelo início da sessão do plenário, por volta das 16h.

Na quarta-feira, antes de ir embora, Pazuello passou mal. Segundo integrantes da CPI, ele teve um episódio de síncope vasovagal, foi socorrido pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), que é médico, e se recuperou. Pouco depois, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), remarcou a segunda parte da sessão para quinta-feira. 

Pazuello foi acusado de mentir no depoimento, nesta quarta, após declarações controversas sobre assuntos como o aplicativo TrateCov, que indicava cloroquina e ivermectina a pessoas com sintomas de covid-19, e a crise de oxigênio em Manaus. Em relação ao aplicativo, ele negou que tenha sido oficialmente lançado -- o que aconteceu em 19 de janeiro deste ano, com a presença do então ministro.

Sobre Manaus, Pazuello se contradisse. No depoimento, ele afirmou ter sido avisado a respeito da falta de oxigênio em 10 de janeiro. Mas, em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Advocacia-Geral da União (AGU) diz que o Ministério da Saúde foi avisado em 8 de janeiro. O governo do Amazonas avisou que a situação estava "no limite" em 6 de janeiro.

Senadores também reclamaram quando Pazuello disse que não ignorou a Pfizer em relação a ofertas de vacinas ao Brasil. "Nós respondemos a Pfizer inúmeras vezes. Nunca fechamos a porta", afirmou. A fala vai de encontro com o que disse Carlos Murillo, ex-presidente da Pfizer no Brasil, em depoimento à CPI. O executivo afirmou que o governo brasileiro rejeitou ou ignorou ofertas de vacinas contra a covid-19 seis vezes.

Pazuello também disse que nunca foi desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro enquanto era ministro. Integrantes da CPI lembraram pelo menos de uma vez em que isso aconteceu: quando o presidente ordenou que a compra da vacina CoronaVac fosse cancelada, um dia depois que o ex-ministro anunciou acordo para a aquisição de 46 milhões de doses de imunizantes.

O ex-ministro também disse nunca ter recomendado cloroquina para tratamento precoce da covid-19. Senadores lembraram que o Ministério da Saúde lançou uma nota informativa sobre o uso do medicamento, em 20 de maio, quando Pazuello já estava à frente da pasta.

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