Brasil

Pauta do Senado tem PECs-bomba para a União

Três semanas após ser reeleita, a presidente Dilma Rousseff tenta mandar um sinal de austeridade fiscal para atravessar o ano de 2015


	Senado: se aprovadas, PECs podem causar impacto orçamentário considerável aos cofres da União
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Senado: se aprovadas, PECs podem causar impacto orçamentário considerável aos cofres da União (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2014 às 15h31.

Brasília - A pauta de votações do plenário do Senado contém Propostas de Emendas à Constituição (PECs) que, se aprovadas, podem causar um impacto orçamentário considerável para os cofres da União.

Três semanas após ser reeleita, a presidente Dilma Rousseff tenta mandar um sinal de austeridade fiscal para atravessar o ano de 2015 e tem lançado mão dos seus articuladores políticos para tentar desarmar, no Congresso, a apreciação de projetos dessas matérias.

Nono item da pauta de votações da terça-feira (11), a PEC 63/2014, de autoria do senador Gim Argello (PTB-DF), prevê a adoção de um adicional por tempo de serviço (ATS) para magistrados e integrantes do Ministério Público da União. A mudança pode elevar em até 35% o salário das duas categorias.

Nos bastidores, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comprometeu-se em trabalhar pela aprovação dessa PEC há pelo menos dois meses.

O custo estimado com a aprovação da matéria, que ainda tem de passar pela Câmara dos Deputados, é de R$ R$ 450 milhões para os cofres públicos. 

Mas magistrados e integrantes do Ministério Público ainda querem aprovar no Congresso até o final do ano uma proposta que eleva o subsídio dos atuais R$ 29,4 mil para R$ 35,9 mil.

Com isso, o ATS poderia levar o salário deles para até R$ 48,4 mil - somente R$ 12,5 mil viriam do adicional por tempo de serviço.

Renan Calheiros já avisou a representantes das categorias que só vai colocar a PEC em votação se tiver garantia de quórum seguro para votá-la.

No Senado, a proposta precisa ter o apoio de pelo menos 49 dos 81 senadores em dois turnos de votação.

Durante o recesso branco das eleições, época em que a Casa estava com quórum baixo, por exemplo, a matéria não foi colocada em votação.

O 13º item da pauta da terça-feira é a PEC 14/2014, de autoria do ex-presidente e senador José Sarney (PMDB-AP). A proposta prevê a equiparação salarial entre policiais e bombeiros militares dos ex-territórios e os profissionais equivalentes do Distrito Federal, incluindo todas as vantagens a ele inerentes.

O texto não estima o impacto dessa adequação de salários, se for aprovada, e ainda precisará tramitar pela Câmara dos Deputados.

O primeiro item da semana é a Medida Provisória 657/2014, que "reorganiza as classes da carreira de policial federal". Pelo texto, a nomeação do diretor-geral da PF é da competência da presidente da República.

A MP prevê que o posto só pode ser ocupado por delegado da corporação da classe especial, o mais alto ranking da carreira.

Os senadores ainda podem apreciar o projeto de lei complementar que visa a acabar com a guerra fiscal dos estados.

Na semana passada, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou o parecer do senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que permite a convalidação de incentivos fiscais já concedidos por estados sem aval da unanimidade dos integrantes do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

A proposta de Luiz Henrique prevê que a remissão dos incentivos ocorrerá nos casos em que o convênio tiver tido o apoio de dois terços dos estados e um terço das unidades federadas integrantes de cada uma das cinco regiões do país.

CPI

Na terça-feira, a partir das 14h30, a CPI mista da Petrobras faz uma reunião para votar requerimentos, entre os quais o do presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado, e do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.

Depois, a comissão ouve o gerente de Contratos da estatal, Edmar Diniz Figueiredo.

Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o destaque é o projeto que dispõe sobre a reintegração de funcionários da Caixa Econômica Federal entre 1995 e 2003.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) apresentou parecer favorável ao projeto, embora a ex-ministra da Casa Civil e senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) tenha proposto, em voto em separado, a rejeição da matéria.

Acompanhe tudo sobre:Governo DilmaOrçamento federalPolítica no BrasilSenado

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP