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Paulistanos recebem senha em casa para vacina da febre amarela

Meta do governo estadual é vacinar cerca de 8 de milhões de pessoas em 54 municípios que integram corredores ecológicos do estado

Vacina contra febre amarela: tempo de espera na fila na rua da UBS era cerca de 30 minutos (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Vacina contra febre amarela: tempo de espera na fila na rua da UBS era cerca de 30 minutos (Rovena Rosa/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 25 de janeiro de 2018 às 16h05.

A campanha de vacinação contra a febre amarela, com a aplicação da dose fracionada, começou hoje (25) em São Paulo.

A meta do governo estadual é vacinar cerca de 8 de milhões de pessoas em 54 municípios que integram corredores ecológicos do estado.

A medida é preventiva, pois ainda não há circulação de vírus nessas localidades. Na capital, foram distribuídas senhas para moradores de 20 distritos prioritários. A prefeitura pretende vacinar 3,7 milhões até o dia 24 de fevereiro.

A opção pela distribuição de senhas pelos agentes de saúde foi para evitar a corrida às unidades básicas de saúde (UBS), informou a prefeitura.

"Está sendo extremamente positivo. Tivemos alguns probleminhas de manhã, bem cedo. Algumas pessoas, que disseram não estar informadas sobre a distribuição de senhas, ainda apareceram de madrugada ou até antes da abertura da unidade para formar filas. Foram poucos pontos isolados", disse o coordenador de Saúde da região Sul da Secretaria Municipal de Saúde, Marco Antônio Carvalho de Lima.

Na UBS Gleba do Pêssego, no bairro Itaquera, muitas pessoas procuraram a unidade para se informar sobre a vacinação.

"Falaram que o agente vai passar em casa para deixar a senha, mas não passou ainda. Daí eu vi a fila e vim aqui saber, mas estou tranquilo. Vou esperar", disse o aposentado Antônio Carlos André, de 74 anos.

A auxiliar de limpeza Marilúcia Fideles, de 37 anos, levou a filha para vacinar. "Foram lá em casa, e minha irmã esqueceu de pegar a senha. Eu aproveitei para perguntar", contou Marilúcia.

A expectativa da prefeitura é vacinar 240 mil pessoas nesta quinta e sexta-feiras. Lima destacou que a senha é pessoal e intransferível, contendo a data, o nome e o dia e horário da vacinação.

"Só tem duas hipóteses em que a pessoa retira a senha na unidade de saúde. Se, porventura, o agente de saúde passou, e ela não estava em casa, então vai receber um comunicado. E nas unidades que não têm agente comunitário", explicou.

Cerca de 18% das UBS de São Paulo não têm agente. A senha será entregue para pelo menos dois dias depois. A prefeitura espera vacinar toda a população até maio.

A movimentação na UBS Gleba do Pêssego era tranquila na manhã de hoje. Uma pequena fila de moradores com a senha nas mãos aguardava o momento da vacinação.

"Eu recebi a senha em casa ontem e estou vindo aqui hoje. Já veio dia e horário, tudo anotado. É melhor assim do que ficar montando barraca de um dia pro outro", disse o torneiro mecânico Antônio Luiz Guimarães, de 56 anos.

O tempo de espera na fila na rua da UBS era cerca de 30 minutos, mas, no fim da manhã, já não havia mais pessoas aguardando na porta da unidade.

Segundo a gerente da unidade, Leni Aparecida Gomes, foram distribuídas 1,5 mil senhas desde a última terça-feira (23) na comunidade da Gleba do Pêssego, que tem cerca de 7 mil habitantes.

"Nós fomos considerados uma área de vulnerabilidade pela proximidade com o Parque do Carmo, o Sesc [Serviço Social do Comércio Itaquera]. Estamos cercados de áreas verdes, tanto públicas quanto particulares, como chácaras", explicou.

Ela destacou que as senhas são distribuídas rua por rua e, caso não haja ninguém na casa, será deixada uma carta para que os moradores procurem o posto.

Muitas crianças e idosos passaram pela UBS nesta manhã. No caso dos idosos, eles eram encaminhados para avaliação médica antes de tomar a vacina.

"A partir de 60 anos, nós seguimos o protocolo e temos um médico de plantão, que as acolhe e vai saber se é portador de alguma doença, se tem comorbidade e vai avaliar se tem alguma contraindicação", explicou Leni.

A aposentada Maria Eliene Rodrigues, de 70 anos, terminou um tratamento de câncer de mama há cerca de um ano, mas ainda toma remédios. Ela preferiu aguardar a consulta do médico para avaliar a imunização.

"Estou com dúvida. Agora, no dia 31, eu vou tirar um cateter e me informo. Hoje eu vim com os meus netos que vão se vacinar. Fico mais preocupada com eles", afirmou.

As unidades de saúde que estão partipando da campanha de vacinação neste momento podem ser consultadas aqui.

Dados estaduais

O último balanço da Secretaria de Estado da Saúde, divulgado sexta-feira (19), mostra que 81 pessoas foram infectadas pelo vírus desde janeiro de 2017, sendo que 36 morreram em decorrência da doença. No balanço anterior, eram 40 casos, com 21 mortes. Novo boletim será divulgado amanhã (26).

Metade dos casos foi contraída na cidade de Mairiporã, 11,1% em Atibaia e 6% em Amparo. Os três municípios correspondem a dois terços dos casos de febre amarela silvestre no estado.

Segundo o governo estadual, o reforço das ações de vacinação para esses municípios ocorre desde o ano passado.

No total, 20 municípios de São Paulo tiveram registros da doença, o equivalente a 3,1% do total de municípios. Não há caso registrado na capital paulista.

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