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Patriota defende que Mubarak promova governo de transição

Apesar do pedido, chanceler brasileiro alertou para possíveis interferências no governo egípcio

O chanceler Antonio Patriota: Egito não deve ser tratado por Conselho de Segurança (Cristiano Mariz/VEJA)

O chanceler Antonio Patriota: Egito não deve ser tratado por Conselho de Segurança (Cristiano Mariz/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2011 às 07h26.

Brasília - Em visita à Venezuela ontem (7), o Ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, defendeu que o governo do presidente do Egito, Hosni Mubarak, respeite o desejo de mudanças dos manifestantes. Há mais de duas semanas, os críticos do governo fazem protestos no país para pressionar Mubarak a deixar o poder. Porém, Patriota alertou para o risco de haver interferência no governo egípcio.

"Esperávamos que as aspirações dos manifestantes fossem levadas em devida consideração, dentro de um contexto de aprimoramento institucional e democrático do Egito", afirmou o chanceler. "Ir além disso é interferência indevida nos assuntos internos do país”, disse Patriota. "Compete aos egípcios decidirem como encaminhar essa situação."

O ministro não comentou como vai ser a posição do Brasil em um eventual governo de transição no Egito. Segundo ele, não é papel da diplomacia agravar a situação de tensão já existente. "A primeira coisa que a diplomacia deve fazer é não agravar uma situação de tensão”, afirmou.

A exemplo da presidenta Dilma Rousseff, Patriota disse que o desenlace "desejável" para o Brasil "[é que no Egito exista] democracia, respeito aos direitos humanos, liberdade de expressão". O embaixador do Brasil no Egito, Cesario Melantonio Neto, prepara uma nova nota de protesto contra as agressões sofridas por dois repórteres da Rádio Nacional e TV Brasil, que foram detidos no Cairo, no dia 2, assim como um jornalista da Zero Hora também sofreu agressões e foi roubado.

Patriota disse que as tensões no Egito ainda não estão em discussão no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Segundo ele, não houve consenso entre os 15 integrantes do órgão na primeira "consulta" sobre o tema. "Nas consultas mantidas até agora com os demais membros do Conselho, não prevaleceu este sentimento que deva ser tratado lá [no Conselho de Segurança]", disse ele.

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