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Patriota confirma Arthur do Val como candidato à Prefeitura de São Paulo

"Não sou só o brigão. Tenho experiência, sei o que estou fazendo", afirmou o deputado estadual, youtuber no canal "Mamãe Falei" e membro do MBL

Expulso do DEM em 2019, Arthur diz que nunca teve alinhamento ideológico com o partido (Carol Jacob/Alesp/Divulgação)

Expulso do DEM em 2019, Arthur diz que nunca teve alinhamento ideológico com o partido (Carol Jacob/Alesp/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de setembro de 2020 às 06h24.

Oficializado candidato a prefeito de São Paulo pelo Patriota na convenção em drive-thru do partido nesta segunda-feira, 7, Arthur do Val prevê o desafio de mostrar à população um perfil diferente do estilo brigão que o tornou conhecido enquanto youtuber no canal "Mamãe Falei" e no Movimento Brasil Livre (MBL). Uma fama que o alçou ao posto de deputado estadual, o segundo mais votado de São Paulo.

"O papel do militante e do deputado é apontar os problemas. No Executivo, a postura é outra", diz ao Estadão. "Quando você é (do Poder) Executivo, seu papel é resolver o problema. As pessoas conhecem o Arthur do YouTube, mas tenho sucesso na iniciativa privada. Oito CNPJs com sucesso. Não sou só o brigão, que arruma as brigas pelas brigas. Tenho experiência, sei o que estou fazendo."

A corrida pela Prefeitura já começou com polêmica: Arthur foi chamado de "higienista" por fazer críticas ao atendimento assistencial de ONGs e setores da Igreja Católica a moradores de rua do centro de São Paulo. Para Arthur, que promete acabar com a cracolândia, políticas públicas ineficientes são responsáveis pela "degradação" do centro.

As declarações deixaram o nome de Arthur em alta nas redes durante a semana passada. Em 2019, protagonizou outro episódio polêmico que fez seu nome bombar. Após xingar servidores e sindicalistas que protestavam contra a reforma da Previdência estadual de "vagabundos", Arthur quase trocou socos com colegas em plena tribuna da Assembleia Legislativa.

"Polêmica pela polêmica não agrega", diz Arthur. "Para você disputar o poder Executivo da maior cidade do País, tem que mostrar seriedade. Você não se torna relevante se cruza a linha da credibilidade. Meu temperamento é o oposto do cara explosivo. Sou controlado e sensato. Tenho 34 anos, não conto cinco vezes de situações em que fiquei nervoso e fiz cagada. Você não pode ter medo do embate. Isso não é sinônimo de ser explosivo."

Arthur diz não gostar dos "rótulos" do espectro político, se define como liberal clássico e critica o que chama de "falta de personalidade" na política: figuras que marcam o território discursando contra uma ou outra ideologia, partido ou líder. "O 'anti' isso ou aquilo é raso, falta de personalidade. O mundo não é dicotômico. Não é Bolsonaro ou PT. Eleição municipal é menos ideologizada, mas não está sendo assim em São Paulo. Isso mostra quão rasos são os outros candidatos."

Expulso do DEM em 2019 acusado de infidelidade partidária, Arthur diz que nunca teve alinhamento ideológico com o partido. Crítico do governo João Doria (PSDB), Arthur foi expulso após utilizar o plenário para criticar no plenário e nas redes sociais o vice-governador do Estado, Rodrigo Garcia, presidente estadual da legenda, e figuras como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também democrata. Agora no Patriota, mantém a mesma postura contra a política partidária. "O Patriota foi corajoso. Minha escolha (de partido) é pragmática. O que importa são as pessoas que estão comigo."

Arthur terá como parceira de chapa na corrida eleitoral a ativista Adelaide de Oliveira, que foi líder do "Vem Pra Rua", movimento que defendeu impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2015.

Em seu discurso, Arthur do Val disse que, se eleito, vai desregulamentar táxis, trazer mais aplicativos como o Uber e "enfrentar a máfia dos transportes", dentre outras promessas.

"O orçamento da cidade de São Paulo, com repasse federal, está em torno de R$ 68 bilhões, R$ 69, bilhões. O orçamento do transporte público em São Paulo passa dos R$ 70 bilhões. Sabe o que isso significa? Que os mafiosos que controlam o transporte público em São Paulo têm mais dinheiro que a própria Prefeitura" disse. 

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