Lava Jato: a quebra de sigilo bancário de João Santana e de sua mulher mostrou que ambos são primordialmente remunerados pelos serviços prestados em campanhas do PT (REUTERS/Rodrigo Paiva)
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2016 às 12h25.
São Paulo - A Receita Federal constatou um espetacular salto patrimonial do publicitário João Santana - marqueteiro do ex-presidente Lula e da presidente Dilma - que teve prisão temporária decretada na Operação Acarajé, 23ª etapa da Lava Jato.
O acréscimo verificado pelo Escritório de Pesquisa e Investigação da 9ª Região Fiscal da Receita mostra que Santana saiu de um ativo de R$ 1.009 milhão, em 2004, para R$ 59,12 milhões, em 2014.
A mesma unidade da Receita indica que a mulher e sócia do marqueteiro, Monica Regina Cunha Moura, também viveu uma fase auspiciosa nos últimos anos - a contribuinte teve um acréscimo patrimonial de R$ 56,49 mil em 2004 para R$ 19,48 milhões em 2014, "suportados, a partir de 2010, exclusivamente dos lucros e dividendos recebidos pelas suas empresas de publicidade".
Os dados apurados pela Receita constam de relatório da Polícia Federal no âmbito da Acarajé.
A PF sustenta que "há forte probabilidade de que a destinação, de maneira oculta e dissimulada, de recursos espúrios da corrupção na Petrobrás aos dois (João Santana e Monica) no exterior possui vinculação direta aos serviços por eles desempenhados em favor do Partido dos Trabalhadores".
A análise do resultado da quebra de sigilo bancário de João Santana e de sua mulher demonstrou que ambos são primordialmente remunerados pelos serviços prestados em campanhas do Partido dos Trabalhadores.
Empresas dos publicitários, notadamente a Polis Propaganda e Marketing e Santana Associados Marketing e Propaganda receberam, no período entre 29 de setembro de 2004 e 30 de julho de 2015, R$ 193.963.510 por serviços ao PT.