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Paternidade de transposição é do povo nordestino, diz Temer

"Não quero a paternidade dessa obra, ninguém pode tê-la. A paternidade é do povo brasileiro e do povo nordestino"

Rio São Francisco: ex-presidentes petistas reivindicaram a autoria das obras na região (./Divulgação)

Rio São Francisco: ex-presidentes petistas reivindicaram a autoria das obras na região (./Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de março de 2017 às 14h07.

Última atualização em 10 de março de 2017 às 15h17.

Campina Grande e São Paulo - O presidente Michel Temer (PMDB) afirmou nesta sexta-feira, 10, em Campina Grande (PB), que não quer ter a paternidade das obras de transposição do Rio São Francisco.

"Não quero a paternidade dessa obra, ninguém pode tê-la. A paternidade é do povo brasileiro e do povo nordestino", disse Temer.

A declaração ocorre após ex-presidentes petistas reivindicarem a autoria das obras na região. Ele está no Nordeste para a inauguração do projeto na Paraíba e em Pernambuco.

O primeiro compromisso foi em Campina Grande, onde assinou a ordem de serviço para a adequação de capacidade da BR-230, que passa pelo Estado.

"Vocês é que pagaram impostos ao longo do tempo para que pudéssemos fazer grandes investimentos nessa obra que vai cada vez mais sendo festejada", disse o presidente, justificando sua declaração de que a paternidade da transposição é dos cidadãos.

Antes, o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB), afirmou em discurso que "todo mundo quer ser pai dessa obra", mas que era preciso compreender que é uma sequência de vários governos, citando a concepção do projeto por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o início das obras por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), destacando que era preciso referenciar o petista com "importância", e a sequência da execução, "com uma certa letargia", por Dilma Rousseff (PT).

O presidente afirmou ainda que a transposição do rio é assunto de maior interesse ao Estado da Paraíba e à toda região nordestina. "Nós envidamos, como vocês puderam perceber, muitos esforços nesses poucos meses de governo para que pudéssemos chegar a este ponto", disse.

Temer desembarcou no Aeroporto João Suassuna por voltas das 11h e seguiu para o Complexo Residencial Aluizio Campos, um conjunto habitacional com mais de 4,1 mil casas, construído pela prefeitura da cidade em parceria com o governo federal.

Após visitar algumas casas e conversar com os moradores, ele discursou em um palanque armado no conjunto habitacional, rodeado de ministros e políticos paraibanos do PMDB, PSDB, PP, PSD, entre outras legendas.

Rodovia

As obras em uma rodovia da região serão realizadas em um trecho de 28 quilômetros, que vai do município de Cabedelo até a capital, João Pessoa. Segundo o Planalto, o investimento total é de R$ 255 milhões para as melhorias.

Serão construídos 13 viadutos, 14 passarelas de travessia de pedestres, 38 quilômetros de vias marginais, 15 quilômetros de ciclovias e 25 quilômetros de terceira faixa.

Após deixar Campina Grande, a comitiva presidencial seguirá para o município de Sertânia, onde visitará o último trecho do canal da transposição do Rio São Francisco em Pernambuco, antes da entrada da água no território paraibano.

Às 15h, está prevista a chegada do presidente a Monteiro onde fará a inauguração oficial da obra na Paraíba. Temer acionará uma bomba que vai liberar a água para o açude de Poções.

A água entrou no território paraibano na noite da última Quarta-feira (8) e deve encher o poções dentro de cinco a sete dias, até seguir para outro açude no município de Camalaú e, de lá, seguir o curso do Rio Paraíba com destino ao açude Epitácio Pessoa (no município de Boqueirão), que abastece Campina Grande e outras 18 cidades da região.

Nesta quinta-feira, véspera da visita de Temer à Paraíba, choveu em 66 municípios do Estado, inclusive em Monteiro e Campina Grande.

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