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Passe Livre não aceitará aumento da passagem em SP

O movimento declarou que a população "tem poder para decidir como deve ser o transporte", lembrando as manifestações do passado

Integrantes do Movimento Passe Livre carregam bandeira contra catracas em protesto na Avenida Paulista, em São Paulo (Marcos Santos/USP Imagens)

Integrantes do Movimento Passe Livre carregam bandeira contra catracas em protesto na Avenida Paulista, em São Paulo (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2014 às 09h15.

São Paulo - Protagonista das grandes manifestações de junho de 2013, o Movimento Passe Livre (MPL) publicou uma nota em seu site afirmando que não aceitará "nenhum aumento da tarifa" dos transportes em São Paulo e que a população "tem poder para decidir como deve ser o transporte", lembrando as manifestações do passado.

Atualmente, a Prefeitura vem avaliando a possibilidade de elevar o preço da passagem de ônibus, que hoje custa R$ 3.

O grupo informou, em mensagem nessa quinta-feira, 27, que "todo aumento da tarifa é um roubo, porque cobrar pelo uso do transporte é uma injustiça".

O MPL foi o responsável pelo estopim das marchas que paralisaram a capital paulista e outras grandes cidades no ano passado, levando a gestão municipal de Fernando Haddad (PT) e a administração estadual de Geraldo Alckmin (PSDB) a anular o reajuste praticado na época, quando a tarifa de ônibus, metrô e trem subiu para R$ 3,20.

Naquele momento, os manifestantes engajaram-se no mote "não é só pelos vinte centavos", cobrando das autoridades mais eficiência, conforto e qualidade no sistema público de transportes.

Agora, o grupo critica o fato de o dinheiro público repassado às empresas de ônibus não ter parado de crescer nos últimos tempos.

"Desde junho de 2013, o subsídio das empresas só aumentou, sem qualquer diminuição nos seus lucros, ou mudança na forma de remuneração." O MPL questiona: "Por que não se fala em tirar os lucros das empresas, ao invés de cobrar mais por um direito de todos?"

Na avaliação do movimento, o poder público cogita elevar o custo dos transportes para a população "enquanto as empresas lucram cada vez mais em cima do dinheiro público e do nosso sufoco -- maximizando os ganhos com a superlotação dos ônibus, a remuneração por passageiro, os cortes de linhas e as filas nos terminais".

Para o MPL, "o transporte deve ser público, acessível para todos e não apenas para aqueles que podem pagar".

Além de criticar suposta confusão nas declarações de membros da Secretaria Municipal dos Transportes a respeito da tarifa -- um funcionário da São Paulo Transporte chegou a descartar o aumento em 2015, mas o secretário Jilmar Tatto em seguida disse que não há como descartar essa hipótese --, o grupo afirma que a decisão de subir ou não o preço "é política".

Também é criticada uma possível integração do valor das passagens em toda a Região Metropolitana de São Paulo, "em cidades que possuem sistemas de transporte, custos e tamanhos totalmente diferentes", o que evidencia, para o MPL, que a questão é "política, e não técnica". Em Guarulhos, haverá aumento para R$ 3,50.

Abertamente, tanto Haddad quanto Alckmin nada falam sobre um possível aumento, mas nos bastidores aventa-se a possibilidade de subir o preço das passagens ainda em janeiro, mês de férias, o que poderia prejudicar a mobilização de movimentos populares contrários ao reajuste.

Neste ano, a Prefeitura deverá gastar, com subsídios ao sistema de ônibus, R$ 1.524.670.000,00. No ano passado, foram destinados para isso, R$ 1.188.630.571,00.

O governo de Haddad ainda espera a conclusão de uma auditoria feita pela empresa Ernst & Young nas contas do sistema de ônibus para verificar se há meios de reduzir os seus custos e, consequentemente, diminuir a quantidade de dinheiro público gasto com o serviço. O resultado final desse estudo será publicado em 10 de dezembro.

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