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Partiremos para o enfrentamento, diz Temer a sua equipe

Nas conversas desta quinta-feira, 18, em seu gabinete, no Palácio do Planalto, ele pediu "resistência" aos partidos da base aliada

Temer: ele chegou a ser aconselhado a renunciar por pelo menos dois assessores de sua extrema confiança e reagiu com nervosismo (Ueslei Marcelino/Reuters)

Temer: ele chegou a ser aconselhado a renunciar por pelo menos dois assessores de sua extrema confiança e reagiu com nervosismo (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de maio de 2017 às 08h50.

Brasília - O presidente Michel Temer orientou a equipe a "partir para o enfrentamento", na tentativa de mostrar que não está acuado com as delações feitas pela JBS nem com o inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigá-lo.

Nas conversas desta quinta-feira, 18, em seu gabinete, no Palácio do Planalto, ele pediu "resistência" aos partidos da base aliada, do PSDB ao PP, e cobrou apoio à agenda das reformas.

Temer chegou a ser aconselhado a renunciar por pelo menos dois assessores de sua extrema confiança e reagiu com nervosismo. "Não sou homem de cair de joelhos. Caio de pé", afirmou.

"Michel, você está passando pelo que eu passei. A diferença é que eu era senador e podia responder e você é presidente e não pode falar tudo o que pensa", disse-lhe mais tarde o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Presidente do PMDB, Jucá deixou o Ministério do Planejamento em maio do ano passado, após 12 dias no cargo, quando vieram à tona gravações em que ele dizia ser preciso impedir a "sangria" da Lava Jato.

A portas fechadas, Temer usou termos como "conspiração" e "ação orquestrada" para se referir ao vazamento das delações do empresário Joesley Batista e de ex-executivos da JBS.

O governo responsabilizou a Procuradoria-Geral da República pela divulgação dos depoimentos. Irritado, Temer disse que toda vez que a economia dá sinais de recuperação, aparece delação.

Temer telefonou logo cedo para a presidente do STF, Cármen Lúcia, avisando-lhe de que pediria acesso aos áudios. A conversa entre os dois foi protocolar.

Ao longo do dia, o presidente recebeu 14 dos 28 ministros e lamentou o destino do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). "Sem o PSDB o governo acaba", disse um ministro à reportagem.

Discurso

Foi a equipe de comunicação que estipulou 16 horas desta quinta como horário-limite do pronunciamento, porque pipocavam notícias sobre uma possível renúncia e o mercado estava agitado. "Não poderíamos deixar essa onda crescer", disse Jucá.

O discurso passou pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral, Moreira Franco, mas na última hora Temer fez retoques, reforçando o tom de indignação.

Questionado se haveria clima para aprovar mudanças na Previdência e na lei trabalhista, Jucá disse que o governo votará as "reformas possíveis".

Apesar da tensão, um aliado não perdeu o bom humor e disse que era "mais fácil cair o Trump do que o Michel". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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