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Partidos divergem sobre candidato a presidente da Catalunha

Partidos querem recuperar o que chamam de "governo legítimo", presidido por Puigdemont e foi destituído após uma declaração de independência

Carles Puigdemont: o líder deposto da Catalunha se comprometeu a voltar ao país se ganhasse as eleições, mas ainda não esclareceu suas intenções (Albert Gea/Reuters)

Carles Puigdemont: o líder deposto da Catalunha se comprometeu a voltar ao país se ganhasse as eleições, mas ainda não esclareceu suas intenções (Albert Gea/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 24 de dezembro de 2017 às 13h36.

Última atualização em 24 de dezembro de 2017 às 13h37.

Os dois principais partidos independentistas catalães - JxCat e ERC - mostraram hoje (24) divergências sobre quem pode ser o candidato a presidente da região, após as eleições de quinta-feira (21). As informações são da Agência EFE.

Embora a vitória tenha sido do Ciudadanos, força defensora da unidade da Espanha, com 37 cadeiras, os separatistas controlarão o Parlamento autônomo graças aos 33 parlamentares do JxCat e 32 de ERC, completados com os quatro de outro partido independentista, o CUP.

A intenção desses partidos é recuperar o que chamam de "governo legítimo", que era presidido por Carles Puigdemont e foi destituído pelo Executivo espanhol, após uma declaração de independência aprovada pelo Parlamento autônomo em 27 de outubro.

Insurreição

O problema é que Puigdemont foi para Bruxelas poucos dias depois e lá, com outros quatro ex-conselheiros de seu gabinete, evita a ação da Justiça espanhola, que o acusa de rebelião e insurreição e que ordenou sua detenção assim que retornar à Espanha.

Puigdemont se comprometeu a voltar ao país se ganhasse as eleições, mas ainda não esclareceu suas intenções. Seus aliados e rivais eleitorais do ERC lembraram sua promessa neste domingo.

O ex-conselheiro de Justiça e deputado eleito Carles Mundó (ERC) afirmou que, caso Puigdemont fique em Bruxelas para evitar a prisão, o cargo poderia ser assumido por seu ex-vice-presidente, Oriol Junqueras, líder do partido.

"Ele se encaixa na ideia de governo legítimo que foi planejada em todo momento", acrescentou Mundó, embora Junqueras esteja preso pelas mesmas acusações contra Puigdemont.

Resposta

Em 4 de janeiro, Junqueras comparecerá perante o Tribunal Supremo para revisar sua situação penal, podendo deixar a prisão de maneira provisória e ficar em liberdade com medidas cautelares.

A resposta do JxCAt foi dada pelo ex-conselheiro de Presidência e também deputado Jordi Turull, que defendeu a candidatura de Puigdemont e disse para "não se gastar energias com outras hipóteses", pois isso seria "uma rendição".

Quem pode recuperar seu antigo cargo como presidente do Parlamento autonômico é Carme Forcadell (independente na lista do ERC), que está em liberdade provisória à espera de julgamento pelos mesmos delitos que os demais investigados.

Fontes da direção do JxCat disseram hoje que seu objetivo é restituir "todas as instituições legítimas catalãs tal como estavam previamente à aplicação" das medidas do governo espanhol de 27 de outubro.

Isso inclui votar em Carme Forcadell como presidente do Parlamento, segundo maior cargo institucional da região, e apostar em Puigdemont como presidente do gabinete autonômico.

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