Marina: se for nomeada candidata, as seis legendas terão que discutir um nome para a vaga de vice (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2014 às 14h58.
Brasília - Com a morte do candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, a maioria dos presidentes e dirigentes dos partidos que compõe a coligação presidencial passou a defender o nome da vice na chapa, Marina Silva (PSB), para assumir o comando da campanha ao Palácio do Planalto.
O Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, conversou com representantes de quatro (PHS, PRP, PPL e PSL) dos seis partidos que compõe a coligação do PSB.
Consternados, os dirigentes afirmaram que o momento ainda é comoção, mas que Marina, que foi escolhida por Eduardo Campos para ser a vice na chapa presidencial, é um "nome natural" para conduzir o grupo na disputa eleitoral.
De acordo com a Lei Eleitoral, a coligação tem 10 dias para apresentar um novo registro de candidatura, prazo que começou a contar nesta quarta, 13.
"Deve acontecer uma reunião na próxima semana dos dirigentes nacionais dos partidos. A minha opinião é que a gente tem que escolher um nome e a lógica é que seja o da Marina. Cabe a ela dizer se aceita ou não. Caso ela queira, a gente tem interesse de apoiá-la e discutir um nome para a vice que saia de um dos cinco aliados", afirmou o presidente do PHS, Eduardo Machado.
"Com certeza agora temos que se reunir porque a coligação é quem decide quem vai assumir essa questão. Hoje o normal é a Marina ocupar o espaço majoritário", ressaltou presidente do PRP, Ovasco Resende.
O presidente do PSL, Luciano Bivar, disse também que o partido apoia o nome de Marina, mas fez uma ressalva de que ela precisaria assumir os compromissos feitos por Eduardo na pré-campanha. "Defendo a candidatura dela, mas a Marina tem que reafirmar os compromissos do Eduardo principalmente no que se refere a reforma tributária", disse.
"Creio que a Marina tem todas as condições de dar mais esse passo de ajudar os partidos que estão nessa coligação a encontrar a melhor solução para seguir a luta", afirmou o secretário nacional de organização do PPL, Miguel Manso.
Vice indefinida
Apesar do apoio anunciado ao nome da candidata, os dirigentes ponderam que o novo cenário sem Eduardo Campos na disputa impõe uma rediscussão entre as seis legendas que compõem a aliança para definir o nome que deverá ocupar a vaga de vice. Alguns alegam que não necessariamente a chapa será "pura" com o PSB ocupando os dois principais postos.
"Eu diria que a formação inicial foi feita porque eram nomes que se destacavam de forma muito expressiva. Agora não necessariamente passa pelo PSB, pelo contrário, agora existe uma tendência natural que os demais partidos queiram participar dessa discussão", afirmou Eduardo Machado do PHS.
"Acho que tem que ser reavaliado. Na realidade quem colocou a Marina dentro do grupo foi o Eduardo, não foi o PSB. Tudo tem que ser reavaliado a questão da presidência e da vice. Todos os partidos podem indicar para a vice, o que temos que ter é coerência e bom senso", defendeu Ovasco Resende do PRP .
O presidente do PSL, Luciano Bivar, também seguiu na mesma linha. "Acho que tem que ser algo programático. Acho que deveria dividir com os outros partidos para manter a união da coligação. É importante isso".
Material recolhido
Segundo o presidente do PRP, Ovasco Resende, o material impresso com pedidos de votos para Eduardo Campos como presidente e Marina na vice deverão deixar de ser distribuídos nos próximos dias.
"O que está na rua é impossível porque já foi distribuído. Mas os que estão na gráfica vão ser recolhidos e não vamos liberar", disse. De a acordo com ele, ainda não foi definido como ficará o programa de TV da coligação previsto para ir ao ar em cadeia nacional de rádio e TV na próxima terça-feira (19).
"Pelo o que estou sabendo o Eduardo já tinha gravado dois ou três programas. Eles vão ser veiculados até para dar um tempos para dar uma respirada e ver como serão os próximos", afirmou.