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Partido ligado ao mercado financeiro espera aval do TSE

Partido Novo poderá ser a 33ª legenda do país, com proposta de renovação do sistema política


	Operadores do mercado financeiro: novo partido terá viés liberal e com defesa de intervenção mínima
 (Germano Lüders/EXAME.com/Exame)

Operadores do mercado financeiro: novo partido terá viés liberal e com defesa de intervenção mínima (Germano Lüders/EXAME.com/Exame)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2014 às 20h47.

Brasília - Com a proposta de renovação do sistema político, pregando eficiência nos moldes da gestão privada e com críticas aos que se intitulam a "nova política", está prestes a ser criado o Partido Novo, que poderá ser a 33ª legenda do País.

À frente da sigla, de viés liberal e com defesa de intervenção mínima do Estado, está João Dionísio Amoêdo, ex-vice-presidente do Unibanco e atual conselheiro do Itaú BBA.

O pedido de registro formal do partido foi protocolado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na quarta-feira, 23, com 493,6 mil assinaturas de eleitores. O apoio mínimo exigido pela legislação é de 492 mil assinaturas.

O partido, que nascerá com a marca da visão de mercado, tem ainda em sua cúpula nomes como o de Marcelo Lessa Brandão, executivo que já atuou em companhias como McDonald's, KFC, Ponto Frio, Bob's e Pizza Hut, e Fábio Luis Ribeiro, gestor de fundo investimentos.

Inicialmente, o Novo vem sendo bancado por parte dos 181 fundadores. O partido, que, se aprovado pelo TSE, passará a receber dinheiro do fundo partidário, mas é contrário a esse tipo de financiamento.

"Defendemos o fim do fundo partidário, pois entendemos que os cidadãos devem ter a liberdade de escolher se e para quais partidos políticos gostariam de fazer doações. Os partidos devem ser financiados pelos seus membros, filiados e apoiadores", diz Amoêdo.

O Novo - em fase de formatação há três anos e sete meses - aposta nas redes sociais como forma de expansão e deve nascer com números que superam grandes siglas nacionais.

No Facebook, já são quase 600 mil seguidores, mais do que o dobro dos 287 mil do PT e dos 222 mil do PSDB.

Apesar da torcida dos dirigentes para que a criação seja autorizada rapidamente, a decisão pode não ser tão célere. Até 1º de agosto, o Tribunal Superior Eleitoral estará em recesso, com trabalhos em escala reduzida.

Após o retorno das atividades, será dada prioridade à analise de processos que estejam relacionados às eleições deste ano. Se a criação da sigla for autorizada, o partido poderá lançar candidatos nas eleições municipais de 2016.

De acordo com Amoêdo, o Novo não imporá restrições a políticos, desde que aceitem as regras estabelecidas pelo estatuto da legenda.

"Atrair políticos de outros partidos não é um objetivo. Pretendemos principalmente formar novos quadros para a renovação política", disse.

O executivo diz ter dificuldade de entender a "nova política" defendida por Eduardo Campos e Marina Silva.

"As pessoas que compõem essa coligação há muito tempo estão no governo e atuam na política brasileira. Quanto às ideias, não me parecem claros os conceitos e propostas apresentados, e nem muito diferente do que temos hoje", afirmou.

Entre os valores e desafios apresentados pelo partido, estão a defesa do livre mercado e a preservação das liberdades individuais e da propriedade privada "em oposição a conceitos coletivistas e ao Estado paternalista".

"Defendemos que o Estado interfira menos na vida das pessoas, reduza o seu escopo de atuação para as áreas básicas e devolva, assim, recursos e autonomia aos cidadãos", defendeu o gestor.

De acordo com o presidente regional do Novo no Distrito Federal, Cláudio Cavalcanti Barra, o partido é contra a política de cotas e defende que programas auxiliares sejam criados para que o número de beneficiários do Bolsa Família seja reduzido.

"Precisamos criar portas de saída", defendeu.

Pelos critérios da Justiça Eleitoral, para a criação de um partido o número de assinaturas apresentado deve corresponder a, pelo menos, 0,5% dos votos válidos da última eleição geral para a Câmara dos Deputados, distribuídos por, ao menos, um terço dos Estados, com no mínimo de 10% do eleitorado de cada um deles.

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