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Partidários de policiais em greve enfrentam Exército na Bahia

Os manifestantes tentaram impedir que o Exército cercasse totalmente a sede legislativa na manhã desta segunda-feira

Soldados conseguiram cercar a Assembleia e os manifestantes temem que a PF cumpra os 11 mandados de prisão contra policiais militares grevistas (Adenilson Nunes/SECOM)

Soldados conseguiram cercar a Assembleia e os manifestantes temem que a PF cumpra os 11 mandados de prisão contra policiais militares grevistas (Adenilson Nunes/SECOM)

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2012 às 11h34.

Brasília - Manifestantes que apoiam os policiais em greve há seis dias no estado da Bahia enfrentaram nesta segunda-feira os militares que cercaram a Assembleia Legislativa, no centro de Salvador, tomada pelos líderes do protesto.

Os manifestantes, a maioria familiares dos policiais grevistas, tentaram impedir que o Exército cercasse totalmente a sede legislativa na manhã desta segunda-feira e se posicionaram nos jardins em frente à Assembleia, informou o governo da Bahia.

Os soldados tiveram que disparar balas de borracha para cima e empurraram os manifestantes para poderem avançar.

Os manifestantes temem que os cerca de 600 soldados e 40 agentes do Comando de Operações Táticas (COT) que cercam a Assembleia tentem tomar o edifício para deter os líderes da greve, que foi declarada ilegal pela Justiça.

No entanto, o governo da Bahia afirma que o cerco é para garantir a circulação no centro de Salvador e para facilitar a prisão de 11 líderes da greve contra os quais já foram expedidas ordens de detenção.

Os policiais em greve, que iniciaram seu protesto na terça-feira da semana passada e reivindicam aumentos salariais de perto dos 30%, assim como melhorias nas condições de trabalho, reiteraram no domingo sua decisão de permanecer de braços cruzados até que o governo inicie negociações.


A paralisação se manteve apesar dos pedidos das autoridades para que os policiais voltem ao trabalho e garantam a segurança na Bahia, estado no qual foram registrados 87 assassinatos desde o início da greve.

Além de um número de homicídios quase duas vezes maior ao da média normal no mesmo período, ocorreram saques, assaltos e atos de vandalismo, o que aterrorizou a população e levou os comerciantes a fecharem as lojas.

O governador da Bahia, Jacques Wagner, atribuiu muitos desses crimes aos próprios policiais e assegurou que não discutirá suas reivindicações até que cedam e retornem a seus postos.

Wagner recebeu o apoio do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, que visitou Salvador no sábado e advertiu que os líderes do movimento podem ser detidos e enviados a presídios federais por liderarem um protesto que considerou 'inaceitável'.

A segurança da Bahia foi reforçada com cerca de 3 mil membros do Exército e da Força Nacional de Segurança procedentes de outros estados.

A greve preocupa as autoridades locais não só pelo aumento da insegurança nas ruas, mas também pelo possível impacto econômico que pode ter em Salvador, que espera milhares de turistas para o carnaval, que será realizada dentro de duas semanas. 

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