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Participação estrangeira na dívida interna é recorde

Em setembro, a parcela de títulos com investidores estrangeiros no total da DPMFi atingiu 10,23%

 Fernando Garrido, do Tesouro Nacional: participação dos estrangeiros deve crescer (Fábio Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

Fernando Garrido, do Tesouro Nacional: participação dos estrangeiros deve crescer (Fábio Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2010 às 15h49.

Brasília - Mesmo com o novo aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o Tesouro Nacional avalia que a participação de investidores estrangeiros no total da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) continuará apresentando crescimento gradual, como o ocorrido nos últimos anos. A avaliação foi feita nesta tarde pelo coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Fernando Garrido.

Em setembro, antes dos dois aumentos do IOF feitos pelo governo, a parcela de títulos com investidores estrangeiros no total da DPMFi voltou a bater recorde, atingindo 10,23%, o equivalente a R$ 154,1 bilhões. Em agosto, a parcela era de 10,06% ou R$ 150,6 bilhões.

Para Garrido, o IOF mais alto tende a afetar os investimentos em curto prazo. Já os investidores estrangeiros, destacou ele, têm preferência pelos papeis prefixados e atrelados a índices de preços com prazos mais longos. "Acreditamos que a tendência de elevação gradual continuará", disse.

O coordenador admitiu que a nova emissão de bônus da dívida externa, o BRL com vencimento em 2028, lançado ontem pelo Tesouro no mercado internacional, está relacionada ao aumento do IOF. Mas ele disse que, por motivos referentes às regras da SEC (a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos), o Tesouro não pode fazer comentários sobre a emissão até a sua liquidação, na próxima semana.

Garrido disse que ainda é cedo para avaliar os impactos dos dois aumentos do IOF nas taxas dos leilões de títulos do Tesouro. Segundo ele, o aumento das taxas da Nota do Tesouro Nacional da Série F (NTN-F, título prefixado), com vencimento em janeiro de 2017, ofertada no leilão de hoje, se deve "à variação momentânea normal de mercado". "Não podemos creditar esse aumento ao impacto do IOF", disse Garrido.

Esse papel, no leilão de 30 de setembro, antes dos dois aumentos do IOF, foi vendido a um taxa de 11,83%. No leilão de hoje, a taxa foi de 11,87%. Já a NTN-F 2021 foi vendida no leilão do dia 30 de setembro a 11,89% e hoje estava sendo negociada no mercado secundário a 11,95%.

O Tesouro Nacional não aceitou as propostas dos investidores no leilão de hoje da NTN-F com vencimento em 2021. Garrido argumentou que houve dispersão de taxas oferecidas pelos investidores e, para evitar a volatilidade no mercado, o Tesouro não aceitou as propostas. O coordenador disse que não houve uma percepção de reticência dos investidores estrangeiros para os papéis mais longos ofertados pelo Tesouro.

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