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Parentes de policiais mortos protestam em Copacabana

Eles protestaram contra a violência que atinge os militares e denunciaram que 31 policiais morreram neste ano e 117 ficaram gravemente feridos

Protesto no Rio de Janeiro: Parentes de policiais mortos e feridos durante a atividade profissional se reuniram em Copacabana (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Protesto no Rio de Janeiro: Parentes de policiais mortos e feridos durante a atividade profissional se reuniram em Copacabana (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2014 às 15h16.

Rio de Janeiro - Parentes de policiais mortos e feridos durante a atividade profissional se reuniram hoje (25) na orla de Copacabana, na zona sul do Rio. Eles protestaram contra a violência que atinge os militares e denunciaram que 31 policiais morreram neste ano e 117 ficaram gravemente feridos. No ano passado, as famílias contabilizaram 81 mortos.

De acordo com uma das organizadoras do protesto, a cabo da Polícia Militar (PM) Flávia Louzada, a morte de policiais está banalizada. “Temos muitos mortos em apenas cinco meses: 31. No ano passado, foram 81. As pessoas esquecem que nosso trabalho é combater a violência e, neste momento, estamos sendo vítimas da violência que combatemos”, disse. Segundo ela, a maioria dos policiais militares mortos é jovem, com menos de 30 anos, em início de carreira.

Flávia também denunciou que os jovens têm se tornado alvo preferencial nas unidades de Polícia Pacificadora (UPP). “Os policiais que estão indo para as UPP são recém-formados e, muitas vezes, têm tanto medo de errar, de dar um tiro mal dado e de ter sua carreira interrompida, sendo preso ou excluído, que ele se preocupa mais em não errar do que perder a vida”, disse. Para ela, as UPP “estão dando certo”, mas ainda há resistência em algumas comunidades.

Atingido durante um atentado contra a UPP da Cora, Fallet e Fogueteiro, no centro, em 2011, o PM Alessander de Oliveira Silva perdeu as duas pernas. À frente da caminhada em defesa da vida dos policiais, ele prestou apoio ao colegas de profissão. “Sofri um atentado, com granada, lançada pelos traficantes da localidade, fiquei 23 dias internado, sendo 11 em coma, sem a minha família saber que ia sobreviver, e agora estou aqui para expor nossa dor”, declarou.

Na manifestação, os parentes também cobraram apoio para conseguir benefícios, como pensão e seguro de vida, além de melhores condições de trabalho para os militares. “Eles ficam expostos. A cabeça vira alvo [dos criminosos], sem nada para proteger, e os coletes são ruins”, denunciou Patrícia Poydó, irmã do soldado Marcelo Poydó, morto em abril deste ano.

Presente ao ato, o deputado federal Jair Bolsonoro (PP-RJ), que é militar reformado, disse que os policiais sofrem com insegurança jurídica e acabam não reagindo para se proteger. “Uma coisa é eu te atingir com um tiro e outra é você ser atingido em uma troca de tiro por mim”, declarou. Segundo ele, ao atirar em legítima defesa, os policiais têm que responder a processo e podem acabar expulsos da corporação. “A segurança pública tem que ter regras, mas não essas”, comentou.

O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, Wadih Damous, prestou apoio à manifestação e destacou que a “polícia do Rio de Janeiro é a que mais morre e a que mais mata”. Ele considera que, ao avaliar o contexto de violência no estado, a análise deve ser de “mão dupla”.

“A critica deve ser ampla, devemos ter atenção com as péssimas condições de trabalho, de treinamento, de remuneração e de vida dos nossos policiais. Mas, contudo, ter em mente que eles são violentos. É preciso enfrentar esse contexto de violência em seu todo”, declarou.

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