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Parentes de ex-esposa de Bolsonaro sacaram R$ 2 mi em mais de 4 mil saques

Documentos obtidos nas investigações das "rachadinhas" no gabinete de Flávio Bolsonaro indicam padrão de operações financeiras entre integrantes da família

Ana Cristina Valle: núcleo da investigação da “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro tinha o hábito de sacar várias vezes R$ 500 de suas respectivas contas (Facebook/Reprodução)

Ana Cristina Valle: núcleo da investigação da “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro tinha o hábito de sacar várias vezes R$ 500 de suas respectivas contas (Facebook/Reprodução)

AO

Agência O Globo

Publicado em 17 de setembro de 2020 às 16h50.

Última atualização em 17 de setembro de 2020 às 16h54.

Documentos da quebra de sigilo bancário de oito familiares de Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, obtidos pelo O Globo, mostram que esse núcleo da investigação da “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) tinha o hábito de sacar várias vezes 500 reais das suas respectivas contas, próximo às datas de pagamento. Das 9.859 operações de saque feitas entre 2007 e 2018, 4.294 foram nesse mesmo valor — o equivalente a 44% de todas as operações feitas. Esses saques, todos no mesmo valor, somaram um total de 2,1 milhões de reais.

Nas investigações, o Ministério Público (MP) apresenta dez integrantes da família como um dos grupos da "organização criminosa" e aponta que os investigados sacaram, em média, 83% dos salários recebidos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Em Resende, no sul do estado do Rio, os parentes de Ana Cristina levam uma vida modesta.

Segundo o Ministério Público, os familiares da ex-madrasta de Flávio “sacavam quase a integralidade dos salários recebidos na Alerj para repassar os valores em espécie a outros integrantes da organização criminosa”.

Ao analisar os dados bancários da família Siqueira, o Ministério Público verificou que, dos 4,8 milhões de reais pagos em salário, 4 milhões de reais foram retirados em espécie.

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