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Paralisação afeta 90 mil em Diadema, dizem motoristas

Há apenas duas empresas de ônibus em Diadema. Segundo a prefeitura, a outra empresa, a Benfica, aumentou o número de coletivos nas ruas


	Diadema: pela cidade, pessoas reclamam de mais espera nos pontose de coletivos superlotados
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Diadema: pela cidade, pessoas reclamam de mais espera nos pontose de coletivos superlotados (Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2014 às 18h36.

São Paulo - Com aproximadamente 1.100 funcionários parados na frente da garagem da Viação Mobi, no bairro Pedreira, zona sul da capital paulista, impedindo a saída de ônibus da garagem, cerca de 60% dos coletivos municipais que atendem a cidade de Diadema, no ABC, estão paralisados nesta quinta-feira, 22.

A paralisação afeta 90 mil pessoas em Diadema, dizem motoristas.

Pela cidade, pessoas reclamam de mais espera nos pontos e, consequentemente, coletivos superlotados.

Há apenas duas empresas de ônibus em Diadema. Segundo a prefeitura, a outra empresa, a Benfica, aumentou o número de coletivos nas ruas para circular nas linhas operadas pela Mobi.

A prefeitura informa também que empresas de outras cidades do ABC, que operam linhas intermunicipais, também estão no reforço, para evitar transtornos.

Mas é claro que há impactos para a população. "Já estou há uma hora no ponto. É o dobro do tempo que espero. De manhã, quando vim trabalhar, o ônibus também demorou 40 minutos a mais para passar e estava superlotado. Se eu não conseguir embarcar, vou pedir para meu filho vir me buscar", disse a cozinheira Maria Eunice dos Santos, de 51 anos.

O Terminal Piraporinha, o segundo maior da cidade, no entanto, tinha poucas filas por volta das 14h30 desta quinta.

Uma das fiscais do terminal contou que, no horário de pico da manhã, a lotação foi grande por causa da falta de coletivos, mas o remanejo coordenado pelas empresas manteve a operação, mesmo que de forma precária.

Os empregados da Mobi afirmam que estão parados porque querem receber o mesmo piso salarial dos motoristas das demais empresas que do ABC.

"Como a nossa garagem fica em São Paulo, nós não somos do sindicato dos motoristas do ABC. Mas também não somos do sindicato da capital. Somos do sindicato dos motoristas rodoviários, e eles não nos representam", afirma.

A consequência disso - e razão da grave, segundo afirmam - é um piso salarial menor do que todas as demais empresas.

"Ganhamos piso de R$ 1.850. No ABC, é R$ 2.555. Não vamos voltar enquanto não recebermos a mesma coisa", diz o funcionário, que pediu para não ter o nome publicado com medo de ser demitido.

Outros funcionários fazem mais reivindicações.

Querem marcação eletrônica das horas extras, porque acusam a empresa de não pagá-las corretamente, além de coletivos novos (dizem que os veículos que operam são de frotas antigas vindas de Recife, Pernambuco). Principalmente, querem cobrador em todos os coletivos.

"A gente dirige e cobra, sem ganhar por isso", afirma um deles.

Um representante do Sindicato dos Rodoviários de São Paulo acompanha a paralisação e afirmou que a entidade apoia a paralisação, apesar de não liderá-la. Givaldo Paes de Melo, diretor de base do sindicato, diz que tentou intermediar uma negociação entre funcionários e empresa, mas sem obter sucesso.

"Eles não quiseram indicar uma comissão para negociar com a empresa. A empresa está disposta", disse.

Melo rebateu as críticas sobre a falta de representação de sua entidade afirmando que, apesar de a empresa operar no ABC, ela está localizada na capital. "Se ela se mudasse para o ABC, seria outro sindicato. Como não mudou, legalmente não tem jeito. É conosco", disse.

Nenhum representante da Mobi foi localizado pela reportagem até as 17h desta quinta para comentar a paralisação.

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