Michel Temer durante filiação de Marta Suplicy ao PMDB: vice-presidente virou protagonista na política nacional (Divulgação/Senado Popular)
Valéria Bretas
Publicado em 29 de setembro de 2015 às 10h56.
Última atualização em 12 de julho de 2020 às 13h06.
São Paulo - Em matéria desta terça-feira (29), o jornal norte-americano Wall Street Journal destaca que, em meio ao enfraquecimento político de Dilma Rousseff, o vice-presidente da República, Michel Temer, é visto como o chefe da nação em Brasília.
Segundo o jornal, há muitos anos o PMDB utiliza a estratégia de não mirar na presidência e, sim, negociar apoio à sigla que detém o poder em troca de cargos políticos e influência.
Porém, com o enfraquecimento do governo por conta dos escândalos de corrupção, economia em ruínas e pedidos de impeachment contra a presidente, o partido do vice-presidente Michel Temer parece ter ampliado suas ambições.
“Enquanto o vice-presidente Michel Temer [...] tem assumido um papel de protagonista em Brasília, Dilma se enfraquece e está cada vez mais isolada”, diz a publicação. "É ele quem tem negociado com os legisladores, quem tem participado de reuniões com chefes de indústria e, mais recentemente, voado para Moscou para confraternizar com o presidente russo, Vladimir Putin".
O texto ressalta que o vice caminha para o seu próprio impulso ao poder, contudo, não há evidências de que a legenda, classificada como ‘o gigante do Brasil’, está pronta para assumir a liderança do país.
Em conversa com Temer ao telefone, o jornal o questionou sobre uma possível candidatura presencial, a resposta foi: “Neste momento, eu não estou pensando nisso”.
A publicação encerra com um recado crítico ao PMDB – se a legenda ajudar Brasil a sair do atual deserto, terá que convecer os eleitores que é capaz de fazer muito mais.