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Para vice, comparação entre Marina e Collor é golpismo

"Duas vezes na nossa história, o Brasil elegeu salvadores da pátria, chefes do partido do eu sozinho. E a gente sabe como isso acabou", diz programa eleitoral


	Marina Silva com Beto Albuquerque: "achamos muito lamentável que a Dilma tenha escolhido o caminho do lacerdismo hoje, de espelhar o terror", disse ele
 (Leo Cabral/MSILVA Online/Divulgação)

Marina Silva com Beto Albuquerque: "achamos muito lamentável que a Dilma tenha escolhido o caminho do lacerdismo hoje, de espelhar o terror", disse ele (Leo Cabral/MSILVA Online/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2014 às 06h28.

Brasília - O candidato a vice de Marina Silva (PSB), Beto Albuquerque, classificou a comparação da presidenciável com os ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor de Mello, feitos na propaganda de TV de Dilma Rousseff (PT) nesta terça-feira, como lacerdismo e golpismo.

"Achamos muito lamentável que a Dilma tenha escolhido o caminho do lacerdismo hoje, de espelhar o terror", disse Albuquerque a jornalistas em Brasília, durante a inauguração de um comitê de campanha, numa referência ao ex-governador da Guanabara Carlos Lacerda, adversário ferrenho de Getulio Vargas e seus herdeiros políticos e que chegava a defender golpes militares contra seus oponentes.

O programa de TV da presidente, que tenta a reeleição, exibido nesta tarde e nesta noite recorreu a momentos traumáticos da história política brasileira para questionar a governabilidade de uma eventual administração Marina.

"A base de apoio de Marina Silva tem hoje 33 deputados. Sabe de quantos ela precisaria para aprovar um simples projeto de lei? No mínimo 129. E uma emenda constitucional? 308", diz o locutor do programa de TV.

"Como é que você acha que ela vai conseguir esse apoio sem fazer acordos? E será que ela quer? Será que ela tem jeito para negociar?".

"Duas vezes na nossa história, o Brasil elegeu salvadores da pátria, chefes do partido do eu sozinho. E a gente sabe como isso acabou", argumenta o locutor durante o programa, que faz referência a Jânio e Collor, que não concluíram seus mandatos.

Albuquerque disse que não esperava "esse retrocesso", argumentando que foi a mesma estratégia usada contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no passado.

"É um discurso golpista, completamente fora de época num país como o nosso", acusou Albuquerque. "Todo mundo sabe que Marina não tem nada que ver com esse perfil, que é uma mulher que tem capacidade de diálogo." Antes de seu candidato a vice, a própria Marina já tinha rebatido a comparação.

"A sociedade brasileira me conhece, conhece os valores que eu defendo, a luta que eu tenho há mais de 30 anos. Eu comecei como vereadora, comecei como deputada, fui senadora por 16 anos, ministra do Meio Ambiente", disse Marina em sabatina no portal do jornal O Estado de S. Paulo na Internet.

"Imagina se eu dissesse que uma pessoa que nunca foi eleita nem vereadora, se eleita presidente do Brasil, aí sim, poderia parecer Collor de Mello", disparou a candidata do PSB.

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