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Para Temer, CPI da Petrobras só pode ter razão eleitoral

"Eu sou contra a abertura (da CPI) por uma razão jurídica óbvia", disse o vice-presidente nesta sexta-feira


	Michel Temer: "Eu sou contra a abertura (da CPI) por uma razão jurídica óbvia"
 (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Michel Temer: "Eu sou contra a abertura (da CPI) por uma razão jurídica óbvia" (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2014 às 16h28.

Nova York - A abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras teria resultado prático zero, avalia o vice-presidente da República e presidente de honra do PMDB, Michel Temer. Para ele, o interesse em abrir a investigação só pode ter razões eleitorais.

"Eu sou contra a abertura (da CPI) por uma razão jurídica óbvia", disse o vice-presidente nesta sexta-feira, 04, a um pequeno grupo de jornalistas em Nova York, onde veio fazer duas apresentações para investidores e economistas estrangeiros.

"O objetivo de uma CPI é apurar os fatos e encaminhar ao Ministério Público para que verifique se deve abrir ação penal ou não. No instante em que a Política Federal e o MP já abriram um inquérito, qual a razão para uma CPI? Só pode ser uma razão eleitoral, não há outra", afirmou o vice-presidente. "O resultado prático dela é zero, é nenhum", afirmou aos jornalistas.

Para Temer, os problemas da Petrobras com a compra da refinaria em Pasadena não devem ter maiores repercussões na campanha eleitoral e nem ter impacto negativo na imagem de gestora da presidente Dilma Rousseff (PT).

Em primeiro lugar, disse o vice-presidente, o conselho de administração da petroleira não era formado apenas por Dilma. "Havia figuras exponenciais do empresariado brasileiro e da administração pública e todos eles votaram a favor", diz ele. Além disso, havia pareceres favoráveis à compra.

O outro ponto é a questão social, com a melhora de renda da população. "O governo está fazendo muito pelos carentes, a ascensão social no Brasil ainda é uma realidade. Além disso, o governo não está se descuidando das classes empresariais", disse Temer.

Para o vice-presidente, Dilma aumentou recentemente as reuniões com o empresariado brasileiro e deveria fazer mais encontros.

"O Lula tinha um jeito mais de aproximação. Ela tem um jeito mais de quem gerencia fortemente o Estado brasileiro. Acho que ela deve programar mais encontros com os empresários, acho que ela impressiona muito bem (nas reuniões). E acho que ela vai fazer isso ao longo deste ano."

Ibope

Temer minimizou os resultados da última pesquisa do Ibope, que mostrou queda da aprovação de Dilma.

"A pesquisa de hoje não é a pesquisa de amanhã. O fato de cair 4, 5 pontos não significa nada nesse momento. Eu reitero: em junho (de 2013) ela veio pra 30 pontos, depois voltou para 47. Nós vamos conversar sobre pesquisa no dia 4 de outubro", afirmou.

O vice-presidente fez uma palestra na manhã desta sexta, na qual falou das ascensão social do Brasil e na parte de perguntas e respostas foi questionado sobre o rebaixamento do rating soberano do país, mas não sobre a Petrobras. Temer avalia que como não houve perda do grau de investimento, o impacto é menor na imagem do país.

"Nesse momento não afeta, não há consequência direta", disse depois aos jornalistas.

"Você vê uma notícia de que está todo mundo desestimulado (com o Brasil) e, ao contrário, você vê investidores aplicando. Por isso eu acho que não há repercussão negativa para o Brasil", disse ele, destacando que participou no último mês da inauguração de dois grandes projetos, um deles da BMW.

Na segunda-feira, 07, Temer fará nova palestra em Nova York. Segundo ele, a ideia é passar uma boa imagem do Brasil, de um país que respeita as regras e contratos. "Uma coisa é a conjuntura, a outra é o aspecto global do país."

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