Polícia Militar: carro furtado de um condomínio pelos meninos estava revirado, o corpo do garoto baleado havia sido mexido e a arma que um deles teria usado para disparar contra os policiais não estava no local do crime (Divulgação/PMSP)
Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2016 às 22h11.
Cena do crime alterada e nenhuma evidência de que tenha havido disparos partindo do carro onde estavam dois garotos, de 10 e 11 anos.
São essas conclusões iniciais da perícia realizada pela Polícia Civil da zona sul de São Paulo. As informações são do Bom Dia São Paulo.
O menino mais jovem acabou morto pelos policiais militares com um tiro na cabeça. Os policiais afirmam que houve tiroteio.
O carro furtado de um condomínio na Vila Andrade, na zona sul, pelos meninos estava revirado, o corpo do garoto baleado havia sido mexido e a arma que um deles teria usado para disparar contra os policiais não estava no local do crime. Mas havia sido levada pelos PMs ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
A delegada que cuida da investigação quer ouvir os policiais nesta semana. O depoimento dos quatro PMs está marcado para esta sexta-feira (10).
Apoio aos PMs
O presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) do Portal do Morumbi, Celso Cavallini, afirmou na quarta-feira (8), que a entidade vai "prestar todo o apoio" aos policiais militares envolvidos no caso que terminou na morte de um menino de 10 anos que, juntamente com o amigo de 11, furtou um carro de um condomínio na Vila Andrade, na zona sul.
Eles foram perseguidos pela PM, bateram o veículo e o menino de 10 anos levou um tiro na cabeça. Os policiais afirmam que houve tiroteio. Mas o garoto de 11, que inicialmente confirmou a versão dos PMs, agora nega o confronto. "Se houver necessidade, vamos dar apoio jurídico e oferecer advogados para defendê-los", disse Cavallini.
O menino sobrevivente deu três versões para o caso. A primeira, gravada em vídeo pelos PMs, afirma que o amigo dirigia e atirava contra os policiais. Na segunda, confirmou os tiros, mas, depois que o carro parou, um PM se aproximou e atirou. Afirmou também que levou um tapa e foi ameaçado. Na última, negou que o amigo estivesse armado e contou que a arma foi "plantada" pelos policiais.
Cavallini acompanhou a gravação do vídeo. "Não havia pressão de ninguém e foi natural. Depois, eu acredito que ele possa ter sido induzido."
Testemunha
Na quarta-feira, o advogado Marco Antônio de Carvalho Gomes afirmou à polícia que apenas ouviu tiros durante a perseguição policial, mas negou ter visto de onde partiram os disparos. Gomes foi ouvido na Corregedoria da PM e no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).