A cirurgiã plástica Bruna Biazzo disse que o ideal é que as pacientes busquem o máximo de informação possível (Heudes Regis /Veja São Paulo)
Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2012 às 13h33.
Brasília - As irregularidades envolvendo próteses mamárias francesas e holandesas fizeram com que muitas pacientes brasileiras redobrassem os cuidado. Umas das primeiras preocupações de muitas delas é saber qual a marca do produto usado no implante. Após a acusação de que a empresa Poly Implant Prothese (PIP) tenha usado silicone industrial nos produtos – o que aumenta o risco de ruptura da prótese –, várias pacientes que fizeram o implante se preocuparam em pesquisar mais sobre o assunto.
A aposentada Carmem Muniz, de 68 anos, descobriu que estava com câncer de mama em 2009, no ano seguinte, passou pela primeira cirurgia, quando foi informada de que seria feito um segundo procedimento cirúrgico. Ela contou que, na ocasião, foi feita uma mastectomia total – quando há a retirada completa da mama – e colocada a prótese mamária.
“Terei um acompanhamento de 5 anos e depois dessas notícias das próteses redobrei os cuidados. Marquei uma consulta antecipada para esclarecer algumas dúvidas que surgiram e saber se está tudo bem comigo. Faço mamografia de seis em seis meses, é um exame que me deixa mais segura”, disse ao acrescentar que usa uma prótese nacional, o que a deixa mais aliviada.
A empresária Alexandra Pontes, de 51 anos, contou que está com prótese há 7 anos e disse que ficou assustada com as denúncias envolvendo o silicone importado da Holanda e da França. “As pessoas que pretendem colocar prótese de silicone mamária devem se certificar que os produtos não ofereceram riscos à saúde, que é mais importante do que a estética. Já sabia que a marca das minhas não era essa francesa, mesmo constatando que não são as mesmas próteses, a gente fica preocupada com esse tipo de falha. Mas agora estou tranquila”, disse a empresária.
A professora Jaqueline Pereira, de 30 anos, colocou um prótese mamária nacional há 5 anos. Para ela, a paciente que decide fazer uma cirurgia dessas deve, sobretudo, pesquisar a marca da prótese escolhida e todos os detalhes sobre os cuidados anteriores e posteriores à cirurgia. “O boca a boca para para mim é muito importante, além de um profissional que tenha credibilidade e que esteja no mercado há bastante tempo. Problemas como esses são preocupantes para quem tem prótese, por isso que a pessoa deve ter certeza quanto à certificação do produto”, disse a professora.
A médica cirurgiã plástica Bruna Biazzo, que atua no interior de São Paulo, disse que o ideal é que as pacientes que colocaram prótese busquem o máximo de informação possível. “O ideal é que a paciente escolha uma marca nacional. Depois, ela deve procurar informações detalhadas na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.”
A cirurgiã acrescentou ainda que, depois dos incidentes envolvendo as marcas holandesa e francesa, algumas nacionais passaram a dar garantia vitalícia para aqueles que a utilizam. Na prática, significa que se houver problemas, a paciente tem direito de fazer a substituição da prótese, sem ter de pagar por uma nova.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também recebeu queixas de mulheres contra a marca holandesa Rofil. A prótese mamária da Rofil é importada e distribuída pela empresa Pharmedic Pharmaceutical, que detém o registro desde 2009 com validade até 2014. O cancelamento e proibição de venda do material da Rofil devem ser publicados no Diário Oficial da União nos próximos dias.