Brasil

Para ministro, R$ 2,5 mi não é razoável para eleição de deputados

Durante o seminário "Reforma Política: avanço ou retrocesso?", o ministro do TSE Sérgio Banhos disse que é preciso que o custo de campanha seja razoável

Eleições: "Se espera que R$ 2,5 mi para eleição de um deputado federal seja razoável, mas não me parece" (Reprodução/Agência Brasil)

Eleições: "Se espera que R$ 2,5 mi para eleição de um deputado federal seja razoável, mas não me parece" (Reprodução/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de outubro de 2017 às 21h46.

Última atualização em 9 de outubro de 2017 às 21h54.

São Paulo - O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Sérgio Banhos, disse nesta segunda-feira, 9, em evento na capital paulista que embora a democracia tenha seus custos, é preciso que o custo de campanha seja razoável.

"Se espera que o número de R$ 2,5 milhões para eleição de um deputado federal seja razoável, mas não me parece", disse Banhos ao participar do seminário "Reforma Política: avanço ou retrocesso?", promovido pela Faculdade de Direito do IDP-SP.

Ele disse ver com preocupação os debates que surgem de dois em dois anos propondo mudanças das regras eleitorais e das dificuldades do Tribunal em inovar a legislação já que não é fácil reunir um consenso em torno do assunto.

De acordo com ele, não há uma legislação que seja tão diretamente feita para os destinatários, os próprios políticos, como a legislação eleitoral.

Além disso, diz ele, o Congresso Nacional é uma assembleia de vitoriosos e estes não querem mudar a lei que os levaram ao poder.

"A busca do consenso quando os interesses são contrapostos leva ao nada a fazer porque este modelo é que levou aquela assembleia a ser vitoriosa", disse Banhos.

Ele citou o ministro da Justiça, Torquato Jardim, que na sexta-feira passada, ao participar de evento na Ordem dos Advogados (OAB) do Rio de Janeiro, teria dito que "nós pensamos política com a cabeça dos advogados. Precisamos pensar política com a cabeça dos políticos".

"Os políticos, e isso é da política, querem poder. E isso não é feio. Eles querem poder para transformar. O que é feio é não transformar, mas a busca do poder é inerente ao exercício da política", disse Banhos, acrescentando que o papel dos ministros do TSE é diferente já que eles têm que interpretar as leis e imprimir efetividade a elas.

"O protagonismo neste certame importantíssimo, que são as eleições, não é dos juízes e advogados, mas dos candidatos e dos eleitores. Nós os juízes e advogados temos que ter uma atuação séria, firme, justa e proporcional, mas o mais discreta possível. Fazendo uma analogia ao futebol, a boa arbitragem é aquela que de tão firme passa despercebida", disse o ministro.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesPartidos políticosPolítica no BrasilPolíticos brasileirosTSE

Mais de Brasil

Justiça suspende ofício do INSS que autorizou, em 2023, 30 mil descontos de uma só vez

STF tem maioria para condenar deputada Carla Zambelli a 10 anos de prisão

Eduardo Leite se filia ao PSD e diz que não pretende ‘disputar prévias’ contra Ratinho Júnior

Anac autoriza Infraero a aumentar em até 36% tarifas do aeroporto Santos Dumont