Senador Humberto Costa (PT-PE) durante discurso no plenário do Senado Federal (Waldemir Barreto/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2014 às 21h13.
Recife - O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), considerou nesta quinta-feira que o partido não soube rebater ao longo deste processo eleitoral as acusações dos adversários sobre questões relacionadas a corrupção e ao aparelhamento do Estado.
O petista participou no final da manhã de hoje de carreta realizada no bairro de San Martin, em Recife, ao lado do candidato ao governo local Armando Monteiro (PTB) e do candidato ao Senado João Paulo (PT).
Em conversa após o evento com o Broadcast Político, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, Costa avaliou que o partido precisa passar por um debate interno para tentar diminuir a rejeição criada por parte dos eleitores.
"Eu acho que o PT, independentemente do resultado nacional com Dilma ganhando ou Dilma perdendo, vai precisar fazer um processo de avaliação interna, passar por uma reforma política. Acho que isso o presidente Lula deixa absolutamente claro de que é uma necessidade", afirmou.
"Não é normal essa rejeição que o PT está vivendo. Deixou colar muita coisa nele que não corresponde à realidade. E por outro lado tivemos problemas que talvez a gente não conseguiu lidar bem como essa ideia de que o PT aparelha o Estado, de que o PT deixa ter corrupção", acrescentou.
Ao longo de toda a campanha, a presidente Dilma Rousseff foi alvo de críticas dos adversários quanto à gestão da Petrobras investigada pela Polícia Federal e alvo de duas CPIs no Congresso.
Vídeo publicado pelo Estado na última segunda-feira (30), revela que numa reunião com dirigentes dos Correios em Minas Gerais, incluindo o presidente da empresa pública, Wagner Pinheiro, o deputado estadual mineiro Durval Ângelo (PT) afirmou que a presidente Dilma Rousseff só chegou a 40% das intenções de votos em Minas Gerais, porque "tem dedo forte dos petistas dos Correios".
Guerra
Na avaliação de Humberto Costa, o segundo turno da eleição presidencial será um dos mais difíceis dos disputados até aqui pelo PT.
"Vai ser uma guerra de todo o jeito. Independente de quem quer que vá conosco Marina Silva ou Aécio Neves, vamos ter três semanas de guerra da mídia e da oposição sobre nós. O que vai fazer com que o segundo turno seja difícil. Mas creio que temos condições de ganhar. Temos militância, se a Marina passar ela não tem. Marina passando, ela passa mais fragilizada do que quando assumiu a candidatura", ressaltou.
Para o líder do PT, é irreversível, entretanto, o impacto da desconstrução da imagem de Marina imposta pela campanha de Dilma.
Questionado se uma aliança entre Marina e o PSDB não alteraria esse quadro, o senador afirmou: "Pode fortalecer do ponto de vista de uma estrutura. Mas do ponto de vista da imagem dela talvez até complique porque, queria ou não, um apoio integral do PSDB dessa figuras todas dá a ela a cara do PSDB, do neoliberalismo, do movimento que eles representam".