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Para Inmetro, Carnaval tem que ter "padrão do Cirque du Soleil"

Depois de acidentes na Sapucaí, Inmetro vai criar padrão de segurança para trios elétricos e carros alegóricos

Acidente com carro alegórico da Unidos da Tijuca, no Rio de Janeiro (Agência Brasil)

Acidente com carro alegórico da Unidos da Tijuca, no Rio de Janeiro (Agência Brasil)

Bárbara Ferreira Santos

Bárbara Ferreira Santos

Publicado em 4 de março de 2017 às 08h00.

Última atualização em 4 de março de 2017 às 08h00.

São Paulo -- O presidente do Inmetro, Carlos Augusto de Azevedo, afirmou, em entrevista a EXAME.com, que o Carnaval no Brasil tem que alcançar o nível de qualidade do Cirque du Solei, que une segurança e beleza plástica nas apresentações, para evitar que mais acidentes aconteçam nos sambódromos do país.

Nesta semana, o órgão anunciou que vai  criar padrões de segurança a serem seguidos nas folias em todo o país, após acidentes terem acontecido com carros alegóricos no Rio de Janeiro. "O que a gente fizer, vai ser para o país todo, do Rio a Parintins, no Amazonas, onde pessoas morreram em acidentes neste ano também", disse Azevedo.

Segundo ele, o órgão não vai apenas criar recomendações de medidas e padrões de segurança para carros alegóricos como também para trios elétricos e fantasias. "Para tudo o que a gente puder, vai fazer uma regulação. Em trios elétricos, por exemplo, já vi gente ser varrida do carro por árvores, então tem que ter regulação", disse.

Azevedo afirmou que em setembro do ano passado o Inmetro chegou a procurar a diretoria da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) para tentar iniciar uma parceria para criar um sistema de regulação, mas não teve retorno da entidade. Neste ano, dois graves acidentes envolvendo carros elétricos aconteceram na Sapucaí.

"Fui muito criticado por me manifestar agora (depois dos acidentes), mas o papel do órgão público é, no momento do problema, vir e mostrar soluções para evitar que isso aconteça novamente. Não é da minha alçada [cuidar do Carnaval], mas, como tudo aquilo que não é regulado por ninguém fica com o Inmetro e como estamos vendo que é um problema geral do Brasil, achamos que podemos ajudar", disse Azevedo.

Na quinta-feira passada, dia 2, o Inmetro participou de uma reunião no Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro, junto com a Liesa, Corpo de Bombeiros, escolas de samba e a prefeitura para avaliar o que poderia ser feito no desfile das Campeãs do Rio no próximo sábado. No entanto, as mudanças não serão feitas ainda neste ano.

A expectativa é de que as novas regulações passem a valer para o Carnaval do ano que vem. Segundo Azevedo, a primeira reunião para a criação de um grupo de trabalho será feita ainda em março.  A partir de então, deve ser criado um calendário e a definição do que será regulado.

Entre as especificações, ele explica que estarão orientações sobre materiais, requisitos mínimos de construção para cada tamanho de carro, modelo de direção (dentro do carro alegórico ou externo, por controle remoto), combustível, peso, equilíbrio, entre outros itens.

Segundo Azevedo, apenas uma escola de samba já se voluntariou até agora para ter todos os carros construídos de acordo com o padrão do Inmetro para o ano que vem. Ele, no entanto, não revelou o nome da agremiação. Nenhuma escola de samba de São Paulo ou agremiação de Parintins procurou o Inmetro. "Quem quiser participar, nós vamos dar diretrizes", afirmou o presidente do órgão.

 

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