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Para fugir da violência, 900 indígenas venezuelanos se refugiam no Brasil

Com os conflitos na fronteira da Venezuela, centenas de indígenas fugiram para o Brasil e se alojam em acampamentos da ACNUR

Venezuela: a tensão nas fronteiras deixou mais de 50 feridos e 60 presos em fevereiro (AFP/AFP)

Venezuela: a tensão nas fronteiras deixou mais de 50 feridos e 60 presos em fevereiro (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 29 de abril de 2019 às 16h22.

Cerca de 900 venezuelanos da etnia pemón estão refugiados no Brasil por perseguição política e violência decorrente da mineração ilegal, informou nesta segunda-feira uma organização de direitos humanos.

"São mais de 900 irmãos pemón que estão deslocados", denunciou Olnar Ortiz, representante das comunidades indígenas da ONG Foro Penal, em uma entrevista coletiva.

Os nativos estão em acampamentos do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), acrescentou.

Segundo Ortiz, o êxodo se acelerou após a morte de sete pessoas na comunidade indígena de Kumarakapay, no estado fronteiriço de Bolívar (sul), durante a tentativa fracassada de cruzar as doações de fronteira dos Estados Unidos em alimentos e suprimentos médicos em fevereiro.

Os incidentes também deixaram 57 feridos por armas de fogo e 62 presos entre 22 e 28 de fevereiro, disse o ativista.

Ortiz observou que o deslocamento de comunidades indígenas venezuelanas para o Brasil também está relacionado à ação de "grupos armados" que disputam o controle da mineração ilegal em Bolívar, uma região com ricos depósitos de ouro.

Um indígena morreu e três ficaram feridos em dezembro passado em uma operação militar em Canaima.

Vários atos de violência foram registrados na área nos últimos anos.

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