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Para FHC, governo do PT passa por fadiga

Segundo ex-presidente, governo petista vive uma fadiga de material que indica que é o momento de mudança no comando do país


	Fernando Henrique Cardoso: em contraposição ao que tem dito o pré-candidato de seu partido, Aécio Neves, ex-presidente rejeitou que a inflação esteja fora de controle
 (Agência Brasil)

Fernando Henrique Cardoso: em contraposição ao que tem dito o pré-candidato de seu partido, Aécio Neves, ex-presidente rejeitou que a inflação esteja fora de controle (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 16h14.

Brasília - O governo petista vive uma fadiga de material que indica que é o momento de mudança no comando do país, disse nesta terça-feira o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas em contraposição ao que tem dito o pré-candidato de seu partido à Presidência, o senador Aécio Neves (MG), rejeitou que a inflação esteja fora de controle.

"A partir de certo momento há uma fadiga de material, eu sofri essa fadiga quando estava no governo, e agora tem fadiga de material", afirmou a jornalistas pouco antes de uma sessão solene do Senado para lembrar os 20 anos de lançamento do Plano Real, criado quando ele era ministro da Fazenda no governo Itamar Franco.

"Acho que tem que mudar, agora estamos chegando a uma hora de mudança", acrescentou.

Segundo ele, o país tem melhorado nos últimos anos, mas é preciso fazer novos avanços, como ocorreu na época do Plano Real, e "falar a verdade ao povo".

"Tem que falar com sinceridade, não pode fazer o tempo todo propaganda", criticou o ex-presidente.

Fernando Henrique disse que se preocupa com possíveis perdas do Plano Real por conta da atual situação econômica interna, mas não considera que a inflação esteja descontrolada.

"Não posso ser injusto e dizer que o governo não controla a inflação. Na minha época era 20, 30 por cento ao mês, hoje é 6 por cento ao ano. Isso não quer dizer que não deva continuar controlando", argumentou.

Apesar de se manter dentro da meta, a inflação tem sido alvo de constante preocupação do governo e as pressões sobre os preços neste ano eleitoral são fonte de preocupação para a presidente Dilma Rousseff, que tentará a reeleição.


"Política econômica não é receita, é navegação. Tem que ver a cada momento o que tem que fazer. Não pode ter ideia fixa, mas tem que saber o rumo que tem que ser mantido", analisou o ex-presidente. "Agora, nesse momento o Brasil está um pouco num compasso diferente do compasso do mundo. Tem que ajustar de novo o compasso." Já o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, primeiro a ocupar a tribuna para defender o legado do Plano Real, elevou o tom das críticas aos petistas.

"Doze anos do governo do PT levaram o país a estar hoje novamente num ambiente de descrença e ameaça do futuro", disse. "Formulações ideológicas interferem no ambiente econômico... e colaboram para o país ter retrocessos." "De tijolo sólido viramos hoje frágil economia", resumiu Aécio.

PT Ausente

A comemoração dos 20 anos de lançamento do Plano Real não contou com a presença de petistas no plenário, o que chamou a atenção dos tucanos.

Aécio disse que o PT estava constrangido com o sucesso do real e, por isso, preferiu se ausentar. Ele, porém, não quis comentar a ausência do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB).

"O silêncio que ecoa nos nossos ouvidos é a ausência do Partido dos Trabalhadores, que foi o maior beneficiário da estabilidade da moeda. Se não tivesse havido o Plano Real e a estabilidade da moeda, não teria havido o governo do presidente Lula com crescimento econômico", argumentou o tucano.

Questionado sobre a ausência do PT, Fernando Henrique disse que talvez o "arrependimento de não ter apoiado desde o início" tenha impedido que os petistas comparecerem à sessão solene.

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