Brasil

Para evitar cassação, Demóstenes pede perdão no Senado

O pedido de casssação do mandato de Demóstenes foi aprovado há 15 dias, por unanimidade, no Conselho de Ética do Senado

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2012 às 19h04.

Brasília – Prestes a ter seu processo de cassação julgado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) ocupou hoje (2) a tribuna do Senado para pedir perdão a cada um dos senadores. Ele citou nominalmente boa parte deles, na tentativa de evitar a cassação no julgamento marcado para o próximo dia 11 e prometeu voltar a discursar várias vezes até lá. “Tenham a certeza, sou inocente. Obrigado, senhor presidente, amanhã estarei aqui de novo”, disse Demóstenes.

Ponto a ponto, Demóstenes tentou explicar o parecer do Conselho de Ética do Senado que pediu a cassação de seu mandato. Ele se disse vítima de um processo de difamação ocasionado pelo vazamento de conversas gravadas pela Polícia Federal, durante as operações Vegas e Monte Carlo. “Nada fiz para merecer a desconstrução de minha honra”, disse o senador.

“Em virtude desses diálogos divulgados a conta-gotas, fui delineado como o vilão que tanto combati. Estou aqui de consciência tranquila, lutando pelo meu mandato. A todos reafirmo a minha inocência”, destacou.

O pedido de casssação do mandato de Demóstenes foi aprovado há 15 dias, por unanimidade, no Conselho de Ética do Senado. O processo está na CCJ do Senado e já teve parecer favorável à constitucionalidade, emitido pelo relator, Pedro Taques (PDT-MT).

O julgamento de Demóstenes na comissão está marcado para quinta-feira (4) e no dia 11 será julgado no plenário.

Demóstenes tratou de rebater as acusações constantes na representação e disse que era amigo do empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, suspeito de operar um esquema de jogos ilegais e tráfico de influência que contava com a participação de políticos e empresários.


Apesar de admitir a amizade, Demóstenes negou ter colocado seu mandato a serviço do esquema atribuído a Cachoeira. “Nunca tive negócios legais ou ilegais com ele. Não tive sociedade ou participação em delitos investigados pelas operações Veja e Monte Carlo. Não, eu não coloquei meu mandato a serviço de Cachoeira e sim a serviço das forças produtivas do meu estado e do meu Brasil.”

Dizendo-se “envergonhado”, ele informou que quer conversar com cada senador para pedir perdão. “Ainda não conversei com todos os senhores e senhoras. Não tive a oportunidade de falar e, quando tive, fiquei com vergonha.”

Para cassar o mandato de Demóstenes, são necessários 41 dos 81 votos dos senadores. A votação em plenário é feita de forma secreta.

Antes de chegar ao plenário, o processo terá que aguardar um intervalo de cinco sessões ordinárias do Senado, caso seja aprovado na votação de quinta-feira na CCJ.

Diante dessa exigência regimental, a Mesa Diretora do Senado decidiu convocar sessões ordinárias para hoje e para a próxima segunda-feira (9). O esforço é para que o julgamento de Demóstenes ocorra antes do recesso parlamentar, previsto para começar em 17 de julho.

Acompanhe tudo sobre:Carlinhos CachoeiraCorrupçãoEscândalosFraudesPolícia FederalPolítica no BrasilPolíticos

Mais de Brasil

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho