Brasil

Para conter Bolsonaro, Meirelles e Alckmin intensificam campanha

Enquanto os partidos se dedicam a divisões internas, Bolsonaro segue distanciando-se de situações que o tirem de sua zona de conforto

Alckmin, Temer e Meirelles: com MDB e PSDB divididos, Jair Bolsonaro segue ponteando as pesquisas eleitorais   (Alan Santos/Agência Brasil)

Alckmin, Temer e Meirelles: com MDB e PSDB divididos, Jair Bolsonaro segue ponteando as pesquisas eleitorais (Alan Santos/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2018 às 06h30.

Última atualização em 6 de junho de 2018 às 08h03.

Os recorrentes bons resultados do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) nas pesquisas eleitorais tem feito MDB e PSDB se mexerem. Nesta terça-feira o site Poder360 mostrou Bolsonaro com 21% a 25% das intenções de voto em três cenários eleitorais. No MDB, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, pré-candidato à Presidência, se reúne nesta quarta-feira com deputados federais em busca de apoio interno para ser confirmado como candidato na convenção do final de julho.

Meirelles está no partido há apenas dois meses, e foi confirmado como postulante ao Planalto depois da desistência de Michel Temer. O problema é que Temer e seus aliados planejavam ser Meirelles o nome a defender o legado do governo, enquanto o ex-ministro reluta em adotar o discurso e prefere focar em seu histórico pessoal. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Meirelles chegou a ligar duas vezes para Temer nos últimos dias para explicar declarações recentes de que sua candidatura não “representa especificamente” a gestão atual.

A partir de sexta-feira, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Meirelles deve iniciar uma agenda de viagens pelo país para conversar com emedebistas nos Estados. O PSDB também se vê às voltas com divisões internas. Em evento com lideranças do partido chegou a perguntar, segundo a Folha, se eles preferiam outro candidato, dadas as dificuldades de organização de sua campanha e seu desempenho ruim nas pesquisas. Afirmou, em evento, que jornalistas se impressionam com pesquisas “antes da hora”.

O problema, para MDB e PSDB, é que enquanto os partidos se dedicam a divisões internas, Bolsonaro segue em campanha, distanciando-se de debates e de situações que o tirem de sua zona de conforto. Aproveitou a greve dos caminhoneiros para apoiar o movimento e criticar a independência da Petrobras, em declarações que o afastaram do liberalismo defendido por seu assessor econômico, Paulo Guedes.

Segundo escreveu Lucas de Aragão, sócio da consultoria Arko Advice, em artigo recente em EXAME, o temor sobre a inviabilidade eleitoral de Alckmin e Meirelles cresceu após a greve. Meirelles, segundo ele, pode até mesmo ser derrotado na convenção do partido, em junho. O enfraquecimento do centro, para Aragão, dá força não apenas a Bolsonaro, mas também a Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede).

Nesta quarta-feira Ciro, Marina, Meirelles, Alckmin e outros pré-candidatos, como Álvaro Dias (Podemos), Manuela D’Ávila (PCdoB), Flávio Rocha (PRB), Paulo Rabello de Castro (PSC) e Rodrigo Maia (DEM) participam de uma série de entrevistas do jornal Correio Braziliense. Faltam quatro meses para as eleições.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteCaminhoneirosEleições 2018Exame HojeGrevesHenrique MeirellesJair BolsonaroPSDB

Mais de Brasil

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdemar