Brasil

Para conter apoio a Boulos, PT quer antecipar Lula na campanha de SP

Escolhido com apenas 15 votos de vantagem sobre o deputado Alexandre Padilha, Gilmar Tatto é o candidato do partido

Ex-presidente Lula: ex-presidente preferia outro nome para disputar a eleição na maior cidade do Brasil, mas não teve força para impedir a escolha de Tatto (Charles Platiau/Reuters)

Ex-presidente Lula: ex-presidente preferia outro nome para disputar a eleição na maior cidade do Brasil, mas não teve força para impedir a escolha de Tatto (Charles Platiau/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de agosto de 2020 às 12h56.

O PT de São Paulo quer antecipar a entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de Jilmar Tatto à Prefeitura para conter a onda de declarações de apoio de petistas à candidatura de Guilherme Boulos e Luiza Erundina , do PSOL.

Na semana passada, artistas e intelectuais ligados ao partido, como o cantor Chico Buarque de Holanda e a filósofa Marilena Chauí, assinaram um manifesto de apoio a Boulos. Nesta segunda-feira, 10, foi a vez do ex-ministro das Relações Internacionais Celso Amorim. Filiado ao PT, aderiu à candidatura do adversário.

Este é o discurso oficial do partido. Em conversas privadas, no entanto, petistas admitem que este tipo de apoio, embora não tenha impacto eleitoral direto (Amorim e Chico, por exemplo, votam no Rio), pode corroer o apoio petista junto à classe média dar margem para outras deserções e dificultar os esforços para Tatto ganhar musculatura.

Escolhido com apenas 15 votos de vantagem sobre o deputado Alexandre Padilha em um colégio de mais de 600 votantes, Gilmar Tatto entrou na disputa fragilizado e sua candidatura foi questionada internamente desde o primeiro momento.

Por isso, Tatto deve ir até Lula nos próximos dias para pedir pessoalmente a entrada do ex-presidente em sua campanha. O plano inicial de Lula é se dedicar às eleições municipais apenas a partir de setembro, quando começa o calendário eleitoral oficialmente. Na semana passada, o petista não participou de um ato de lançamento do site oficial da campanha de Tatto.

O ex-presidente preferia outro nome para disputar a eleição na maior cidade do Brasil, mas não teve força para impedir a escolha de Tatto.

O candidato tem se esforçado nas últimas semanas para reunificar o partido. Levou o ex-prefeito Fernando Haddad e seus adversários na disputa interna Padilha e Américo (que apoiou o deputado Carlos Zarattini) para a coordenação de campanha.

Até o fim da semana um grupo de artistas de São Paulo deve soltar um manifesto de apoio a Tatto. O grupo, até agora, não tem nomes de peso. Os mais conhecidos são os atores Sérgio Mamberti e Celso Frateschi. Uma plenária virtual será realizada no dia 31 para o lançamento do plano de governo de Tatto para a área da Cultura. São esperadas 300 pessoas, na maioria gestores culturais ou representantes de classe.

Em um esforço para tentar ampliar seu eleitorado, o candidato deve participar de outras plenárias com trabalhadores das áreas de educação e saúde até o início de setembro.

"Já houve uma recomposição interna no PT. Não existe mais resistência interna e está todo mundo na campanha", disse José Américo.

Acompanhe tudo sobre:Eleições 2020Luiz Inácio Lula da SilvaPolíticaPT – Partido dos Trabalhadoressao-paulo

Mais de Brasil

Lula e Xi Jinping assinam 37 acordos, e Brasil não adere à Nova Rota da Seda

Inovação da indústria demanda 'transformação cultural' para atrair talentos, diz Jorge Cerezo

Reforma tributária não resolve problema fiscal, afirma presidente da Refina Brasil