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Para concorrer com Uber, táxis vão dar desconto de 30% em SP

Para enfrentar a concorrência de aplicativos e a consequente queda no número de viagens diárias, taxistas vão dar desconto de 30% no valor das corridas


	Taxistas em protesto contra o Uber: campanha começou nesta segunda-feira, 1º, e conta, até o momento, com a adesão de cerca de 5 mil veículos
 (Paulo Pinto/ Fotos Públicas)

Taxistas em protesto contra o Uber: campanha começou nesta segunda-feira, 1º, e conta, até o momento, com a adesão de cerca de 5 mil veículos (Paulo Pinto/ Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2016 às 19h31.

São Paulo - Para enfrentar a concorrência de aplicativos de transporte individual e a consequente queda no número de viagens diárias, taxistas da capital paulista vão dar desconto de 30% no valor das corridas.

A campanha começou nesta segunda-feira, 1º, e conta, até o momento, com a adesão de cerca de 5 mil veículos, segundo o Sindicato dos Motoristas de Empresas de Táxi (Simtetaxi).

Ela não tem previsão para acabar.

Os motoristas que aderirem à campanha precisarão colar um adesivo escrito "Táxi-SP: 30% OFF", de cor amarela e letras vermelhas, no para-brisa do veículo.

O Simtetaxi afirma que a promoção é voltada para taxistas que trabalham em postos de atendimento, como ponto de taxi ou supermercado, ou circulam pelas ruas sem auxílio de aplicativos de passageiros - já que, no caso dos aplicativos, parte do valor da corrida já é destinada às empresas.

"A ideia surgiu de taxistas que trabalham à noite e vieram com a proposta", diz o presidente do sindicato, Antonio Matias.

Além de dar competitividade aos táxis, a campanha pretende recuperar clientes que migraram para outros serviços, como o Uber.

Pesquisa do Simtetaxi aponta que as viagens caíram cerca de 60% em todas as regiões da cidade com o início dos aplicativos de transporte individual, em maio, e por causa da crise econômica.

Antes, os motoristas particulares faziam entre 10 e 15 viagens e arrecadavam R$ 500, em média, por 15 horas de trabalho. Para tentar compensar as perdas, os taxistas aumentaram a jornada para 18 horas.

"O objetivo é competir no mercado e ajudar na economia", diz Matias. "Esperamos que os companheiros entendam o momento delicado e participem de forma efetiva da ação."

Para a campanha, foram confeccionados inicialmente 5 mil adesivos, que teriam sido retirados nesta segunda pelos motoristas, na subsede do Simtetaxi, no Pari, na região central, próximo ao Departamento de Transporte Público (DTP).

Segundo Matias, a expectativa é que, na quarta-feira, 3, já tenha adesão de 15 mil motoristas.

De acordo com o sindicato, o táxi com o adesivo garante automaticamente o desconto de 30% para o passageiro. Dessa forma, para uma corrida de R$ 30, por exemplo, devem ser cobrados R$ 21. Caso o motorista se recuse a conceder o abono, o usuário pode fazer denúncia no próprio Simtetaxi ou no DTP.

Descrença

Na praça há 39 anos, o taxista Antônio Palácio, de 64, diz que não vai aderir à campanha. Ele trabalha em um ponto do Limão, na zona norte da capital.

"Eu não acredito nisso. A gente já tem custo muito alto com combustível e manutenção do carro. Se aderir à campanha, vamos trabalhar de graça", afirma.

Para Palácio, o momento é o pior pelo qual a categoria já passou.

"Uma crise na década de 1980 reduziu muito o número de passageiros. Mas, naquela época, não havia pessoas agindo na clandestinidade. A gente não pode fazer nada com essa concorrência de hoje."

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