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Para CNI, Mercosul engessa negociações internacionais

Diferenças econômicas entre os países impossibilitam acordos com a União Europeia, por exemplo

Andrade, presidente da CNI, diz que questões políticas atrasam ações empresariais (Reginaldo Teixeira/Contigo)

Andrade, presidente da CNI, diz que questões políticas atrasam ações empresariais (Reginaldo Teixeira/Contigo)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2010 às 13h08.

Brasília - O novo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, criticou hoje o engessamento que o Mercosul impõe ao Brasil nas negociações de acordos comerciais internacionais. "Eu acho que nós estamos muito atrasados até por não poder fazer acordos fora do Mercosul. Questões políticas têm dificultado ações empresariais, sendo que nos negócios temos que ser muito mais ágeis do que nas negociações políticas", afirmou.

Para Andrade, além das diferenças culturais entre os membros do bloco, os momentos econômicos distintos de cada país têm dificultado negociações importantes como a com a União Europeia. "Estamos perdendo tempo e espaço nessas negociações. Fizemos apenas três ou quatro acordos nos últimos anos com países de menor fluxo de comércio. Defendo que tenhamos liberdade maior nas negociações, ou que o Mercosul realmente funcione como um bloco", completou.

Apoio à exportação

A CNI também encaminhou à Câmara de Comércio Exterior (Camex) uma proposta para flexibilizar o acesso das empresas aos mecanismos do pacote de apoio aos exportadores, criados pelo governo em meados deste ano, mas apenas parcialmente implantados. Segundo Andrade, os empresários não estão conseguindo utilizar nem mesmo os instrumentos que já estão em operação, como a devolução em 30 dias de até metade dos créditos de exportação. "As medidas que governo tomou até agora tiveram pouco efeito. As restrições são tão elevadas que empresas não conseguem utilizar", afirmou.

Além de tentar eliminar algumas exigências para uso dos mecanismos do pacote, o pedido à Camex busca uma simplificação do conjunto de normas que regem as operações de venda para o exterior. "Existe um problema de sobreposição de leis e normas sobre o assunto, e os fiscais da Receita Federal geralmente adotam a posição mais defensiva possível, porque têm receio de serem questionados judicialmente depois", concluiu.

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