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Para atrair Tabata Amaral, Cidadania libera voto de deputados

Cidadania realiza mudanças no partido e abandona o "fechamento de questão" na busca de novos quadros

Tabata: após contrariar indicação do PDT sobre reforma, deputada pede "mais democracia" nos partidos (Flávio Santana / Biofoto/Exame)

Tabata: após contrariar indicação do PDT sobre reforma, deputada pede "mais democracia" nos partidos (Flávio Santana / Biofoto/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de fevereiro de 2020 às 12h28.

O Cidadania de Roberto Freire está investindo em mudanças internas no partido para atrair novos quadros, como a deputada Tabata Amaral (PDT-SP). A sigla decidiu abandonar a instituição do "fechamento de questão". Essa medida partidária obriga todos os quadros de uma legenda a votar de acordo com a orientação da liderança, correndo o risco de punição em caso de descumprimento.

Foi o que aconteceu com Tabata e outros deputados durante a votação da reforma da Previdência. A deputada foi uma entre oito representantes do PDT na Câmara que contrariaram a posição do partido e apoiaram a reforma. Os parlamentares dissidentes viraram alvo de processo interno na Comissão de Ética do partido e podem ser expulsos por divergirem.

Desde então, Tabata, um dos maiores expoentes da geração de novos políticos, tem pedido "mais democracia nos partidos". "Não vou trabalhar para a criação de um novo partido, vou buscar um partido que respeite nossas ideias", foi uma das declarações da deputada em outubro do ano passado, após a votação da Previdência.

"Nós saberemos contemplar quando alguém tiver uma divergência e isso não será motivo de sanções partidárias. É uma nova forma de se relacionar com o contraditório", disse o novo líder do Cidadania na Câmara, Arnaldo Jardim (SP). Ele admite ser uma estratégia para atrair quadros como Tabata Amaral. "É para isso mesmo, mas não é apenas um caso nominal. Estamos dialogando com ela, com Felipe Rigoni (PSB-ES), Rodrigo Agostinho (PSB-SP) e com outros que seriam muito bem-vindos", afirmou Jardim.

Outra mudança no Cidadania que também vai de encontro à atração de novos quadros é a de não aceitar a reeleição de dirigentes. Todos os presidentes serão renovados quando acabarem os mandatos. Em outubro, Tabata disse em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que buscava um partido em que não houvesse "dirigentes partidário por décadas".

Nesta quinta-feira, Tabata disse ao Broadcast Político estar ainda aguardando a decisão da Justiça. "Então não estou conversando com os partidos", disse. A deputada entrou com ação para poder sair do PDT sem perder seu mandato.

O Cidadania é um dos partidos cotados a abrigar uma possível candidatura do apresentador Luciano Huck para a corrida presidencial de 2022. Jardim admite que o global está em conversas com a sigla. "Se o Huck for candidato, que seja pelo Cidadania", disse.

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