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Para Anfavea, aumento do aço seria quebra de contrato

O presidente admitiu, porém, que o preço não é reajustado há cerca de seis meses

Medidas anunciadas pelo governo para conter o consumo devem ser sentidas no mercado automotivo no segundo trimestre (Stock Exchange)

Medidas anunciadas pelo governo para conter o consumo devem ser sentidas no mercado automotivo no segundo trimestre (Stock Exchange)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2011 às 07h35.

São Paulo - Os reajustes nos preços do aço anunciados pelas siderúrgicas representariam uma quebra de contrato com os fabricantes de automóveis. A afirmação foi feita hoje pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini. Segundo ele, as montadoras em geral já fecharam contratos no final do ano passado para fornecimento de aço ao longo deste ano. "Se houver aumento, teremos briga. Vamos discutir", afirmou.

Conforme Belini, caso haja alta, a tendência será aumentar as importações do produto, porque o aço trazido do exterior ainda custa cerca de 40% menos que o nacional. "O aumento do aço só prejudicaria ainda mais a nossa competitividade para exportar veículos, porque é um componente extremamente pesado na indústria", afirmou. O presidente da Anfavea admitiu, porém, que o preço do aço não é reajustado há cerca de seis meses.

Em 2010, diante do crescimento das importações e dos estoques, as siderúrgicas passaram a conceder descontos a partir de agosto. Recentemente, as usinas começaram a comunicar, aos clientes, o início da retirada parcial dos abatimentos. O processo de retirada de descontos da Usiminas, por exemplo, começará em março, com efeito no segundo trimestre e terá impacto de 5% a 10% nos preços. A negociação está sendo feita com clientes da distribuição e da indústria, segundo informou, recentemente, o vice-presidente de Negócios da Usiminas, Sergio Leite.

Consumo

As medidas anunciadas pelo governo no final do ano passado para conter o consumo devem começar a ser sentidas no mercado automotivo no segundo trimestre, segundo o presidente da Anfavea. "Isso leva entre quatro e cinco meses para chegar à ponta, ao consumidor", afirmou hoje durante entrevista à imprensa em São Paulo para apresentar os dados de produção e vendas do setor automotivo em fevereiro.

Mas, apesar das vendas no acumulado do ano terem crescido 19,5% em comparação com os dois primeiros meses de 2010, já é possível ver sinais do impacto da alta dos juros promovida pelo Banco Central. De acordo com Belini, as vendas de veículos à vista passaram de 33,5% no primeiro bimestre de 2010 para 38% no mesmo período deste ano. O prazo médio de financiamento, que estava em 44 meses, também diminuiu, mas o executivo não soube precisar para quanto.

Sobre a inadimplência no setor (atrasos superiores a 90 dias), Belini afirmou que ela continua sob controle, no nível mais baixo dos últimos dois anos. Os dados mais recentes, de janeiro, indicam uma inadimplência de 2,6%, ante 4,3% em janeiro de 2010 e 4,6% em janeiro de 2009. O volume de crédito para financiamento de veículos somou em janeiro R$ 188,7 bilhões, ante R$ 158,1 bilhões em janeiro de 2010 e R$ 138,9 bilhões em janeiro de 2009.

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