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Para agradar Bolsonaro, PSL quer Janaína Paschoal para prefeita de SP

Membros da da cúpula do PSL querem substituir Joice Hasselmann, adversária de Bolsonaro, por Janaína Paschoal na disputa pela prefeitura de SP

Eleições 2020: Joice Hasselmann pode ser substituida por Janaína Paschoal (Alesp/Carol Jacob/Divulgação)

Eleições 2020: Joice Hasselmann pode ser substituida por Janaína Paschoal (Alesp/Carol Jacob/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 19 de agosto de 2020 às 10h39.

Última atualização em 19 de agosto de 2020 às 13h15.

A aproximação do presidente Jair Bolsonaro de seu antigo partido, o PSL, começa a provocar reflexos nas pré-candidaturas a prefeito de Rio e São Paulo. Aliados do prefeito carioca, Marcelo Crivella (Republicanos), articulam para ter um político do PSL como vice na chapa à reeleição. O nome defendido é o da policial militar e deputada federal Major Fabiana (PSL-RJ). Em São Paulo, segundo a colunista Bela Megale, membros da da cúpula do PSL querem substituir Joice Hasselmann, adversária de Bolsonaro, por Janaína Paschoal na disputa pela prefeitura. A deputada estadual foi sondada pelo presidente da sigla, Luciano Bivar, mas ainda não aceitou a empreitada.

Joice, pré-candidata a prefeita, enfrenta dois problemas. Para os contrários ao nome dela, Joice criou resistência interna, de parte da sigla, por ser considerada de “difícil trato” e “só atuar em benefício próprio”. Afirmam que ela mostra um desempenho abaixo do esperado em pesquisas internas.

Mulher e militar, dois requisitos visados pelo Aliança pelo Brasil, sigla que Bolsonaro tentou viabilizar, Major Fabiana chegou a assumir em 2019 uma secretaria no governo de Wilson Witzel (PSC), atual desafeto do presidente. A deputada comandou a pasta de Vitimização e Amparo à Pessoa com Deficiência em agosto do ano passado, quando o relacionamento entre o governador Witzel e Bolsonaro já não era dos melhores. Ela deixou o cargo em outubro, após o rompimento definitivo entre Witzel e o presidente, e passou a atuar pela criação do Aliança.

— Quem decidirá se serei ou não candidata a vice na chapa do Crivella é o meu líder Flávio Bolsonaro. Eu vinha num processo de expulsão do PSL, mas tenho muitos amigos no partido, como o Sargento Gurgel (presidente estadual do PSL) e o Antônio Rueda (vice-presidente nacional). Se o Flávio achar que, para impedir que o Eduardo Paes (DEM) vença a eleição e faça no Rio palanque para o João Doria (PSDB) para a Presidência em 2022, é importante que eu seja candidata a vice, serei. Mas isso precisaria ser construído dentro do PSL — disse Major Fabiana.

Com uma gestão desgastada, Crivella tem procurado reforçar sua associação com Bolsonaro. Embora tenha se colocado no lado oposto à ala bivarista do PSL, Fabiana tem boa interlocução com o presidente do diretório estadual, deputado Sargento Gurgel, aliado de Bivar. Até agora, no entanto, Gurgel apoiou a pré-candidatura do deputado estadual Rodrigo Amorim. Para Gurgel, qualquer mudança teria de passar pelo crivo da executiva nacional. No sábado, ele esteve com Crivella e Bolsonaro em evento público no Rio.

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