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Para advogado de líder do governo, operação da PF foi "retaliação"

André Callegari acredita que retaliação se deu "pela atuação de Fernando Bezerra Coelho contra abusos de órgãos de investigação"

Fernando Bezerra: PF apontou pagamento de R$ 5,5 milhões em propina (Moreira Mariz/Agência Senado/Flickr)

Fernando Bezerra: PF apontou pagamento de R$ 5,5 milhões em propina (Moreira Mariz/Agência Senado/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de setembro de 2019 às 07h14.

São Paulo — O advogado criminalista André Callegari, coordenador da defesa do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), classificou a operação policial realizada nesta quinta-feira (19), nos gabinetes do senador, como uma retaliação pela atuação do parlamentar contra abusos de órgãos de investigação.

"Primeiro, teve uma declaração dele sobre o Moro ser esquecido. Mas, enfim, é uma retaliação no contexto político de tudo que está acontecendo", disse Callegari. A frase a que o advogado fez referência foi dita por Bezerra Coelho ao jornal O Estado de S. Paulo no início do mês.

Como exemplos, o advogado disse que "senador tem defendido à não abertura da CPI da Lava Toga, tem na realidade se colocado contrário a algumas posições que ferem direitos e garantias fundamentais, tem sido incisivo em alguns pontos relativos a investigações sem uma prova robusta, a interferência entre Receita, Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), etc. Eu acho que isso desagrada a determinados setores".

O defensor, em seguida, disse que não enxerga uma retaliação direcionada por uma autoridade. "Não tô dizendo pessoa específica. O que me chama atenção é uma medida desse porte, que não guarda relação. Nem a resposta do ministro Luís Roberto Barroso me convence", disse.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, em nota à imprensa, disse que a decisão autorizada da operação policial é "técnica e republicana, baseada em relevante quantidade de indícios da prática de delitos".

Barroso defendeu as competências da Polícia Federal para investigar fatos criminosos e do Supremo para a supervisão de inquéritos. "Não constituem quebra ao princípio da separação de Poderes, mas puro cumprimento da Constituição", afirmou.

A reportagem procurou o ministro Sergio Moro, por meio da assessoria de imprensa, mas ainda não obteve uma resposta.

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